sexta-feira, 1 de maio de 2020

Sesap/RN fará contratação de médicos para UTI do Hospital Maria Alice

SAÚDE
 TRIBUNA DO NORTE mostrou situação do Hospital, que tem 10 leitos de UTI fechados por falta de médicos
 TRIBUNA DO NORTE mostrou situação do Hospital, que tem 10 leitos de UTI fechados por falta de médicos

O Governo do Estado deu início ao processo de contratação dos médicos necessários para completar as escalas de profissionais do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, na zona Norte de Natal, e garantir assim a abertura dos 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que atualmente encontram-se fechados no local. A dispensa de licitação foi publicada no Diário Oficial do Estado no último dia 28, assinada pelo secretário de Saúde, Cipriano Maia. 

O contrato, no valor de R$ 706.800.000,00, terá validade de seis meses. Os médicos serão contratados através da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN). De acordo com a publicação, serão contratados especialistas em pediatria para plantões presenciais de 12 horas no Hospital. A Secretaria ainda não definiu quando os médicos irão iniciar as atividades. A decisão deve ser tomada em uma reunião entre os gestores da Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap/RN) nos próximos dias. 

Os leitos de UTI do Hospital já se encontram tecnicamente aptos a funcionar, restando apenas a contratação dos profissionais necessários para o plantão, um problema antigo no Hospital. A unidade é uma das principais referências para atendimento pediátrico no Rio Grande do Norte, e também foi instituído como centro de referência para internação dos casos pediátricos de Covid-19.

O Hospital Infantil Maria Alice Fernandes recebe pacientes de zero a 14 anos de idade, e o público com doenças repiratórias já era recebido antes mesmo da pandemia, de acordo com a direção do hospital, por ser um dos principais problemas de saúde que acometem o público infantil atendido no empreendimento. 

Em Natal, apenas o Hospital Infantil Varella Santiago possuía uma UTI pediátrica com leitos em funcionamento e escala completa. A cidade enfrenta um problema para a contratação dos profissionais intensivistas necessários para abertura desse tipo de serviço, em virtude da falta de uma formação específica para essa área de atuação no Estado. 

No último dia 25, a TRIBUNA DO NORTE conversou com a diretora de ensino da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Ana Karla Freitas, que explicou que a pediatria foi uma área preterida por muitos dos profissionais da Medicina ao longo dos anos, em função dos salários inferiores, quando comparados aos de outras especialidades médicas. “

Em um plantão de clínica médica, por cooperativa, o profissional recebe entre R$ 1,3 mil e R$ 1,5 mil. Já os intensivistas recebem menos da metade desse valor, cerca de R$ 700 por plantão, então acaba que não há muito estímulo para as pessoas buscarem essa especialização", disse Ana Karla.

Atualmente, o Rio Grande do Norte conta apenas com duas residências em neonatologia, uma na Maternidade Januário Cicco, vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e outra no Hospital Santa Catarina, na zona Norte de Natal.

Atualmente, graças ao não funcionamento dos leitos de UTI do Maria Alice, os casos de pacientes mais graves que chegam à unidade e que precisam ser monitorados de forma intensiva precisam voltar para a fila da Central de Regulação do Estado para serem encaminhados para outra unidade. 

Vale salientar que o Hospital, por não ser um serviço de portas abertas, recebe apenas pacientes que já foram encaminhados de outras unidades de saúde, ou seja, acaba-se criando um segundo deslocamento para os pacientes, que em muitos casos já chegam de municípios do interior. 


(Por:Mariana Ceci/TN)

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