TRIBUNA DO NORTE mostrou situação do Hospital, que tem 10 leitos de UTI fechados por falta de médicos
O Governo do Estado deu início ao processo de contratação dos médicos necessários para completar as escalas de profissionais do Hospital Infantil Maria Alice Fernandes, na zona Norte de Natal, e garantir assim a abertura dos 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que atualmente encontram-se fechados no local. A dispensa de licitação foi publicada no Diário Oficial do Estado no último dia 28, assinada pelo secretário de Saúde, Cipriano Maia.
O contrato, no valor de R$ 706.800.000,00, terá validade de seis
meses. Os médicos serão contratados através da Cooperativa Médica do Rio
Grande do Norte (Coopmed-RN). De acordo com a publicação, serão
contratados especialistas em pediatria para plantões presenciais de 12
horas no Hospital. A Secretaria ainda não definiu quando os médicos irão
iniciar as atividades. A decisão deve ser tomada em uma reunião entre
os gestores da Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap/RN) nos
próximos dias.
Os leitos de UTI do Hospital já
se encontram tecnicamente aptos a funcionar, restando apenas a
contratação dos profissionais necessários para o plantão, um problema
antigo no Hospital. A unidade é uma das principais referências para
atendimento pediátrico no Rio Grande do Norte, e também foi instituído
como centro de referência para internação dos casos pediátricos de
Covid-19.
O Hospital Infantil Maria Alice
Fernandes recebe pacientes de zero a 14 anos de idade, e o público com
doenças repiratórias já era recebido antes mesmo da pandemia, de acordo
com a direção do hospital, por ser um dos principais problemas de saúde
que acometem o público infantil atendido no empreendimento.
Em
Natal, apenas o Hospital Infantil Varella Santiago possuía uma UTI
pediátrica com leitos em funcionamento e escala completa. A cidade
enfrenta um problema para a contratação dos profissionais intensivistas
necessários para abertura desse tipo de serviço, em virtude da falta de
uma formação específica para essa área de atuação no Estado.
No
último dia 25, a TRIBUNA DO NORTE conversou com a diretora de ensino da
Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), Ana Karla Freitas, que
explicou que a pediatria foi uma área preterida por muitos dos
profissionais da Medicina ao longo dos anos, em função dos salários
inferiores, quando comparados aos de outras especialidades médicas. “
Em
um plantão de clínica médica, por cooperativa, o profissional recebe
entre R$ 1,3 mil e R$ 1,5 mil. Já os intensivistas recebem menos da
metade desse valor, cerca de R$ 700 por plantão, então acaba que não há
muito estímulo para as pessoas buscarem essa especialização", disse Ana
Karla.
Atualmente, o Rio Grande do Norte conta
apenas com duas residências em neonatologia, uma na Maternidade Januário
Cicco, vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e
outra no Hospital Santa Catarina, na zona Norte de Natal.
Atualmente,
graças ao não funcionamento dos leitos de UTI do Maria Alice, os casos
de pacientes mais graves que chegam à unidade e que precisam ser
monitorados de forma intensiva precisam voltar para a fila da Central de
Regulação do Estado para serem encaminhados para outra unidade.
Vale
salientar que o Hospital, por não ser um serviço de portas abertas,
recebe apenas pacientes que já foram encaminhados de outras unidades de
saúde, ou seja, acaba-se criando um segundo deslocamento para os
pacientes, que em muitos casos já chegam de municípios do interior.
(Por:Mariana Ceci/TN)
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