Procuradoria Geral da República (PGR) - José Cruz/Agência Brasil
Brasília - A
Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou, neste domingo, que as
investigações da Operação Lava Jato conduzidas pelo órgão não serão
prejudicadas pela saída de quatro procuradores que faziam parte do grupo
de trabalho criado para atuar nos processos.
De acordo com a PGR, estava previsto que os
procuradores Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas, Maria Clara
Noleto e Victor Riccely deixariam seus cargos e retornariam para seus
órgãos de origem no dia 30 de junho.
Em nota à imprensa, a procuradoria disse que o número
de processos da Lava Jato sob a condução da PGR diminuiu após a decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiu o foro privilegiado e
enviou diversos casos para a primeira instância da Justiça. Dessa forma,
o trabalho que antes era realizado pelos procuradores, que teriam
deixado o cargo por discordâncias, será feito por assessores e membros
auxiliares, sem prejuízo às investigações.
“Os quatro procuradores integravam a equipe na gestão
anterior [ex-procuradora Raquel Dodge]. Pediram desligamento e foram
readmitidos na administração atual [Augusto Aras], a fim de auxiliar a
coordenação da Lava Jato no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no
Supremo Tribunal Federal (STF). Há cerca de um mês, uma das integrantes
retornou à unidade onde está lotada e, na sexta-feira (26), outros três
se desligaram, antecipando o retorno para as procuradorias da República
nos municípios de origem, o que já estava previsto para ocorrer no
próximo dia 30. Os profissionais continuarão prestando valorosos
serviços às comunidades para onde retornarão”, diz a nota.
A PGR também afirmou que “a Lava Jato não é um órgão
autônomo e distinto do Ministério Público Federal (MPF)”. A colocação é
feita após a força-tarefa da operação em Curitiba ter discordado de uma
reunião na qual a subprocuradora-geral Lindôra Araújo, coordenadora da
Lava Jato na PGR, solicitar informações sobre o atual estágio das
investigações.
Para a procuradoria, o trâmite das ações da operação
deve respeitar as regras internas do MPF. “A Lava Jato, com êxitos
obtidos e reconhecidos pela sociedade, não é um órgão autônomo e
distinto do Ministério Público Federal (MPF), mas sim uma frente de
investigação que deve obedecer a todos os princípios e normas internos
da instituição. Para ser órgão legalmente atuante, seria preciso
integrar a estrutura e organização institucional estabelecidas na Lei
Complementar 75 de 1993. Fora disso, a atuação passa para a ilegalidade,
porque clandestina, torna-se perigoso instrumento de aparelhamento, com
riscos ao dever de impessoalidade, e, assim, alheia aos controles e
fiscalizações inerentes ao Estado de Direito e à República, com seus
sistemas de freios e contrapesos”, declarou a PGR.
(Por
Agência Brasil)
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