TRÁFICO
A prisão aconteceu no final de semana, mas só agora a Polícia Civil
conseguiu confirmar uma informação importante sobre o resultado da
operação realizada contra o tráfico de drogas na cidade de João Dias, no
Oeste potiguar. Um dos presos era procurado há 7 anos pela Interpol, a
Polícia Internacional.
Segundo o delegado Erick Gomes, da
Delegacia de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), o
paraibano Carlos André Freire da Silva, de 45 anos, é condenado por
associação criminosa e tráfico internacional de drogas e lavagem de
dinheiro, com recurso já julgado e tramitado pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ), em Brasília. “O esquema dele é a importação de drogas,
que vem da Bolívia, Peru e Paraguai”, revelou o delegado.
A real
identidade de Carlos André só veio à tona agora, após a constatação,
junto à Coordenadoria de Identificação do Instituto Técnico-Científico
de Perícia (Itep), de que o nome que ele apresentou à polícia ao ser
preso era falso.
Vereador preso e quatro filhos procurados
Ainda de acordo com o delegado Erick Gomes, o condenado é casado com
uma das filhas do vereador Laete Jácome de Oliveira, de 64 anos, que
tenta a reeleição pelo Partido Progressista (PP), e que foi preso
durante a operação realizada pela DEICOR no domingo passado em João
Dias.
Na ocasião, além do vereador, foram presas mais seis
pessoas: Damião Luiz da Silva, de 43 anos; Davi dos Santos Chaves, de
25; Rian Costa Bruno, 32; Israel Nascimento da Silva, 24; e Francisco de
Assis da Silva, conhecido como “Chico”, de 47 anos.
Na casa de
Laete ainda foram apreendidos a quantia de R$ 15.535, dois rifles
calibre 38 com 103 munições do mesmo calibre, duas espingardas calibre
12 com 100 munições do mesmo calibre e três pistolas calibre 380 com 80
munições.
Filhos
Quando esteve em João Dias, a DEICOR não cumpriu todos os mandados
que tinha em mãos. Quatro alvos, todos filhos do vereador Laete Jácome,
não foram localizados e continuam sendo procurados.
São eles: Francisco
Deusamor Jácome de Oliveira, de 37 anos, Samuel Jácome de Oliveira, 40,
José Romeu Jácome de Oliveira, 34, e Leidjan Jácome de Oliveira, 36. Todos possuem mandados de prisão em aberto.
Tráfico internacional de drogas
Carlos André, Deusamor Jácome, Samuel Jácome e Romeu Jácome chegaram a
ser denunciados pelo Ministério Público Federal em fevereiro deste ano,
apontados como participantes de uma quadrilha que se associou para
transportar drogas do Paraguai para distribuição no Rio Grande do Norte.
Segundo
o MPF, a droga entrava no Brasil pelo município de Foz de Iguaçu (PR),
chegando ao estado de São Paulo, onde era remetida para o RN.
Ainda
de acordo com a denúncia, o bando detinha ramificações em cada uma das
localidades, o que levou a formação de subgrupos. A droga chegava ao
território potiguar, na grande maioria das vezes, por via terrestre.
No
decorrer das investigações vários membros da quadrilha chegaram a ser
presos em flagrante, graças ao monitoramento telefônico, autorizado por
medida judicial. As escutas telefônicas revelaram não só a existência de
outros envolvidos, mas também trouxeram subsídios para o conhecimento
da logística de atuação e descoberta de remessas de drogas.
Os
procuradores da República integrantes do Núcleo de Combate à Corrupção
que assinam a denúncia apontam como principais provas da materialidade e
autoria dos crimes, a gravação dos diálogos mantidos entre os
denunciados e dos laudos que comprovam as substâncias entorpecentes,
além dos extratos bancários dos acusados e de alguns “laranjas”.
A
pena para o tráfico de drogas varia de cinco a 15 anos de reclusão. Já a
associação para o tráfico, tem punição que vai de 3 a 10 anos. As penas
podem ser aumentadas de um sexto a dois terços em razão da
transnacionalidade do delito.
Casa metralhada
No dia 8 de agosto, policiais militares prenderam um homem e uma
mulher suspeitos de envolvimento em um atentado contra a residência do
vereador Laete Jácome, em João Dias.
O imóvel havia sido
metralhado dias antes por um grupo de pelo menos 20 pessoas. O vereador e
sua família não estavam em casa. Testemunhas disseram que dois carros
pararam em frente à residência e homens fortemente armados começaram a
atirar.
Segundo a PM, foram tantos tiros que não foi possível
contar a munição deflagrada. Foram encontradas no local munição
deflagrada de pistola e fuzil.
A Polícia Civil ainda investiga a
relação das pessoas presas pelo ataque com o envolvimento do vereador e
seus familiares com o tráfico de drogas.
(Por:Anderson Barbosa/AgoraRN)
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