PANDEMIA NO RN
Região metropolitana de Natal dispõe de 448 leitos específicos para o
tratamento da covid-19, dos quais 140 de Unidade de Terapia Intensiva.
O enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no país pressupõe mudanças substanciais na forma como os cuidados de saúde são prestados à população e a reorganização de toda a rede assistencial, que implica principalmente na expansão de leitos e na regionalização da saúde, para que as demandas sejam atendidas em todas as regiões.
Um dos pontos observados desde que a pandemia foi declarada, em março de 2020, foi o de que o Sistema Único de Saúde (SUS), criado em 1988, teve sua infraestrutura ampliada de modo sem precedentes em todo o País. No Rio Grande do Norte, a exemplo de outros estados, uma das necessidades impostas pela crise sanitária foi o investimento na contratação de profissionais de saúde e na abertura de leitos específicos para o tratamento da covid-19.
Atualmente, o Estado conta com 850 leitos covid, conforme dados atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública.
De acordo com a Sesap, todas as oito regiões de saúde foram atendidas com a ampliação da rede de atendimento. Somente a região metropolitana de Natal dispõe de 448 leitos específicos para o tratamento da doença, sendo 140 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 10 UTIs pediátricas, 199 leitos clínicos (enfermaria), 35 leitos com suporte ventilatório, e mais 84 leitos de UTI e 10 leitos clínicos em expansão.
Na região de Caicó, a rede SUS conta com 72 leitos, sendo 36 de UTIs, 26 leitos clínicos, além de haver mais 4 UTIs e 9 leitos clínicos em expansão, no Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, em Caicó, e no Hospital Regional Mariano Coelho, em Currais Novos.
Já na região de Mossoró, há 180 leitos, divididos em 67 de UTIs, 3 UTIs pediátricas, 79 leitos clínicos, 10 leitos com suporte ventilatório, além de 7 UTIs e 14 leitos clínicos em expansão.
Na Grande Natal, a região de São José de Mipibu conta hoje com 26 leitos para tratamento da covid-19, sendo 6 de UTI, 7 com suporte ventilatório pulmonar e 4 leitos de suporte ventilatório em expansão. Em João Câmara, o quadro atual é de 32 leitos, sendo 11 de UTI, 12 clínicos, 9 com suporte ventilatório pulmorar, além de 4 UTIs e 2 enfermarias em expansão.
A abertura de todos esses novos leitos faz parte do Plano de Contingência Estadual de Enfrentamento à covid-19, com a finalidade de conter o avanço da pandemia em todo Estado.
“A situação vivenciada no país e no estado do Rio Grande do Norte é bastante crítica e preocupante. Continuamos estruturando a nossa rede assistencial, anunciamos um conjunto de medidas para que possamos aumentar o distanciamento social e estamos trabalhando para que a transmissibilidade possa realmente cair”, afirma a secretária adjunta da saúde, Maura Sobreira.
Recursos Humanos
Desde março do ano passado, quando a pandemia chegou ao país, hospitais públicos e particulares criaram quase 12,5 mil novos leitos de terapia intensiva.
Diante da ampliação dos leitos covid-19 no Rio Grande do Norte, o governo estadual, por meio da Sesap, também precisou realizar contratações de profissionais de saúde e servidores temporários para atuar no enfrentamento à pandemia.
Foram contratados enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, copeiros, farmacêuticos, farmacêuticos bioquímicos e biomédicos, técnicos em radiologia, auxiliares de cozinha, higienistas hospitalares e maqueiros que atuam na linha de frente.
Atualmente, a rede estadual de saúde do RN dispõe de 1.476 profissionais de saúde efetivos e 2.331 temporários. Outros 188 foram convocados para assinar contratos.
“Os profissionais convocados são extremamente importantes no enfrentamento da pandemia e para a manutenção e funcionamento dos leitos de UTIs Covid abertos. É um legado que ficará para o RN e para saúde pública pós-pandemia”, ressaltou Maura Sobreira.
Equipamentos
O Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade (HCCA), localizado no município de Pau dos Ferros, conta com um tomógrafo para atender às demandas dos 37 municípios que compõem a 6ª região de saúde do Rio Grande do Norte. O equipamento, adquirido com investimentos do Governo Cidadão, foi entregue à unidade em 5 de janeiro de 2021 e possibilitará a ampliação do atendimento clínico e fortalecimento da linha de cuidado de trauma já existente na unidade hospitalar, que dispõe de arco cirúrgico e raio-x digital.
O Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, em Caicó, teve seu tomógrafo instalado em 27 de outubro de 2020. O equipamento aumenta a capacidade de diagnóstico da unidade e representa um investimento, viabilizado pelo Governo Cidadão, de R$ 350 mil.
De acordo com o Governo do Estado, a ampliação da rede SUS foi necessária diante do avanço das infecções pelo SARS COV 2 no RN. Desde o início da pandemia, o RN soma 179.824 infectados pelo novo coronavírus, 53.902 casos suspeitos, 3.857 óbitos em decorrência da covid-19 e outras 845 mortes sob investigação, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Sesap nesta sexta-feira (12).
O secretário estadual da Saúde Pública, Cipriano Maia, pontua que a saturação da rede de saúde pública é "resultado das sucessivas aglomerações que tivemos, culminando no carnaval, e da circulação de novas cepas, já comprovadas no estado, às quais têm sido imputadas uma maior capacidade de contágio e transmissibilidade.”
O titular da Sesap destaca que o governo busca a conscientização da população para a redução nos números de transmissibilidade ao mesmo tempo que trabalha para a abertura de novos leitos.
Regionalização
A regionalização da saúde é uma ferramenta fundamental para o sistema de saúde brasileiro, que leva em consideração características geográficas, fluxo de demanda, perfil epidemiológico, oferta de serviços e, acima de tudo, a vontade política expressa pelos diversos municípios de se consorciarem ou de estabelecerem qualquer outra relação de caráter cooperativo.
Seguindo as diretrizes do SUS, o RN possui a regionalização da assistência em saúde como estratégia de hierarquização dos serviços, objetivando maior equidade e integração.
Uma das intenções do Governo do Estado é fortalecer e descentralizar os serviços durante todo o contexto da pandemia da covid-19. A Região do Seridó, por exemplo, teve investimentos de mais de R$ 5 milhões em equipamentos e mais de R$ 10 milhões em custeio anual, para que a rede assistencial fosse instalada e mantida.
"A regionalização é uma importante estratégia dentro do SUS para que possamos garantir o acesso descentralizado, fortalecer a capacidade resolutiva dos serviços de saúde mais próximos do território onde a população reside. Ela vem sendo umas das prioridade do governo estadual e fez toda a diferença no processo de alocação de leitos", explica Maura Sobreira.
Ela acrescenta que o Estado optou por investir nas estruturas dos hospitais regionais, onde todas as unidades dispõem de leitos clínicos e de UTI covid. "Nesse sentido, o deslocamento de pacientes do interior para a capital, em busca de leitos, durante esse período da pandemia, foi algo que não virou uma rotina no RN. Todas as regiões de saúde tiveram a inserção de leitos UTI covid", frisa a secretária-adjunta.
Maura Sobreira destaca ainda que mais de 200 leitos foram abertos no interior do Estado. "Isso é trabalho, é descentralização das ações , é qualificação do acesso e é respeito pela população potiguar. É um legado que ficará no pós-pandemia, garantindo o fortalecimento da regionalização da atenção à saúde".
(Por:
Nominuto.com)
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