quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Maduro diz que aceita retomar diálogo com oposição venezuelana. Principal grupo opositor, porém, nega iniciar conversas sem a libertação de presos políticos e o reconhecimento do Parlamento anterior à Constituinte

VENEZUELA
 
 O presidente venezuelano Nicolas Maduro, durante encontro com membros da Assembleia Constituinte, em Caracas (Miraflores Palace/Reuters)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que aceitou nesta terça-feira o “convite” do governo da República Dominicana e do ex-chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, para retomar um diálogo com a oposição. “Quero anunciar que aceito esta nova jornada de diálogo”, afirmou Maduro em rede nacional de rádio e televisão.

O venezuelano indicou que isto implica em “instalar nas próximas horas uma nova jornada de diálogo para a paz e pela democracia venezuelana”. O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, informou nesta terça-feira em Paris ao chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, que as conversas começarão nesta quarta na República Dominicana. Jorge Rodríguez, atual prefeito do distrito de Libertador, em Caracas, foi designado como o representante do governo nas negociações.

Oposição nega diálogo com chavistas

O principal grupo de oposição a Maduro, porém, negou qualquer diálogo direto com o governo. A Mesa da Unidade Democrática (MUD), que agrupa os partidos da oposição venezuelana, divulgou um comunicado na noite de terça em que confirma o envio de uma delegação para a República Dominicana para “defender a democracia venezuelana”, mas que isso não representa o início de um diálogo formal com os chavistas.

A MUD destacou que não haverá retomada de diálogo sem uma negociação que atenda condições como “a libertação de presos políticos, a suspensão das inabilitações a dirigentes opositores e o fim da perseguição”. O grupo também pede “o reconhecimento pleno das competências constitucionais da Assembleia Nacional (parlamento)”, controlada pela oposição e que foi despojada das suas atribuições pelo Supremo Tribunal e pela Assembleia Nacional Constituinte instaurada pelo chavismo.


(Com EFE)

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