ROCK IN RIO
O penúltimo dia do Rock in Rio, que reservava dois dos shows mais
aguardados pelo público brasileiro nesta edição — a estreia do The Who
no festival e a volta do Guns N' Roses em sua formação original, com
Axl, Slash e Duff — começou com a batucada do grupo Quabales ao lado da
cantora Margareth Menezes no Palco Sunset, que contou ainda com a
participação de Di Ferrero, vocalista do NX Zero.
Na
sequência, o Sunset foi tomado pelo reggae de sotaques diversos, na
homenagem de Cidade Negra, Digital Dubs e Maestro Spok para Gilberto
Gil, em repertório repleto de standards do mestre baiano, como "Andar
com fé", "Extra", "Aquele abraço" e "Nos barracos da cidade". Como na
noite anterior, a violência no Rio foi lembrada no palco: o MC Jeru
Banto, um dos vocalistas do Digitaldubs, pediu paz para todas as
favelas, em especial para a Rocinha. Toni Garrido também citou a
comunidade ao final de "Refavela".
— Ninguém sabe o que a galera está sentindo na Rocinha — ressaltou o vocalista do Cidade Negra.
O
poder feminino e diversidade deram o tom do encontro do Bomba Estéreo e
de Karol Conka, no terceiro show do Sunset. O grupo colombiano, atração
dos principais festivais pelo mundo, incendiou o palco ao som de ritmos
como cúmbia, champeta, reggaeton, em temas como “Flower power” e
“Fuego”, abrindo espaço para sucessos de Karol, como “É o poder” e
“Tombei”. A rapper curitibana aproveitou o microfone para mandar seu
recado:
— Estamos aqui nesse palco para representar a diversidade.
O amor é a única verdadeira cura para uma das grandes doenças da
humanidade: a homofobia. O amor é muito mais forte que o machismo e a
homofobia,
Um velho conhecido do Rock in Rio, o Titãs abriu o
Palco Mundo com seu quinto show no festival: o grupo paulistano tocou em
1991, 2011, 2012 e 2015. Sucessos de carreira ganharam contornos
atuais, como "AA UU", "Polícia", "cabeça dinossauro" e a versão da banda
para "Aluga-se", de Raul Seixas. O grupo também apresentou novas
músicas, igualmente contundentes, como "Me estupre" e "A festa".
Fechando
o Sunset, CeeLo Green fez seu primeiro show no Rio, temperado com soul,
R&B e uma pitada de pancadão. Sucessos da cerreira solo e do Gnarls
Barkley, como "Crazy" e "Fuck you", não ficaram de fora, mas CeeLo fez
um passeio histórico, de "September", do Earth, Wind & Fire, e
"Wanna be startin' something", do Michael Jackson. Mas o público foi
mesmo ao delírio quando o saxofonista da banda tocou os acordes de "Deu
onda", funk do MC G15, com direito ao rapper americano cantando "chão,
chão, chão", transformando o show em um grande baile.
De
volta ao Palco Mundo, o restante da noite seria dedicada integralmente
ao gênero que dá nome ao festival. O Incubus entrou em cena com a
difícil missão de anteceder The Who e Guns N' Roses com seus fãs já
devidamente postados diante do palco. A banda californiana transitou
entre o hardcore melódico, o rock alternativo e o new metal, em sucessos
de carreira como "Anna Molly", "Love hurts" e "Make yourself".
(Exta.Globo.com)
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