sábado, 23 de setembro de 2017

Operação na Rocinha não tem hora para acabar, afirma Roberto Sá. Secretário de Segurança disse que chamar Forças Armadas não foi uma mudança de ideia, mas uma avaliação de incidentes e riscos

RIO DE JANEIRO
 
 Forças armadas cercam a favela da Rocinha
 
 Mais cedo, policiais trocaram tiros com suspeitos na favela
Rio - O secretário de Segurança Roberto Sá afirmou, nesta sexta-feira, que a operação na Rocinha, na Zona Sul do Rio, não tem hora para acabar revelou ainda que as ações evoluíram ao longo desta sexta-feira. De acordo com Sá, as maiores dificuldades para as forças militares são a falta de luz e a topografia difícil do local. "As dificuldades e os desafios nos provocam e vamos seguir em frente e continuar lá", comentou.
 
Segundo o ministro da Defesa Raul Jungmann, 950 homens do Exército participarão da ação na comunidade, juntamente com forças policiais do estado. A Polícia Federal também está presente na região.

Ao ser questionado sobre o apoio das Forças Armadas, o secretário comentou que não houve uma mudança de ideia, mas que a secretaria estava avaliando os incidentes e os riscos de ocupar a área. "É normal que a polícia faça o primeiro embate e os reforços sejam pedidos conforme a necessidade", argumentou. 

Para Roberto Sá, neste momento os criminosos da Rocinha estão em vantagem tática porque estão mais no alto. No entanto, disse acreditar que o Rio não está em guerra, apesar da situação frequente de violência urbana.

O secretário pediu que os moradores da Rocinha sigam as recomendações policiais e que nos momentos de confronto busquem abrigo em área de concreto. "Eles devem tentar voltar a vida normal e lembrar que quem causa esta situação é o criminoso."

Sá também falou sobre os tiroteios registrados em diversas comunidades nesta sexta-feira. "Não houve ação orquestrada, porque são comunidades de facções diferentes", disse ele ressaltando que a ação da polícia gera instabilidade. 

Sobre o pedido do Rodrigo Maia, que disse querer a exoneração dele, ele disse respeitar a opinião do parlamentar."Respeito a opinião dele como a de qualquer outra pessoa, todo mundo tem opinião sobre futebol, religião, política... Mas o cargo de secretário de Segurança é do governo do estado", afirmou. "Enquanto o governador quiser permaneço na posição com toda a disposição, e os desafios me atraem", comentou.

Já Robertto  Rossato, almirante do estado maior conjunto do Comando Militar do Leste (CML) considera as operações até agora um sucesso e informou que as tropas continuarão dando o apoio necessário as operações. "Permanecerão no Rio o quanto for necessário, está garantido até o fim de 2017, mas pode estender até 2018."

Segundo ele, militares estão nas áreas de vegetação, nos acessos e outras tropas especiais para comunicação. "Dessa vez eles nós entramos porque a topografia do lugar exigiu", comentou.

Prefeitura do Rio se solidariza com moradores da Rocinha
O prefeito Marcelo Crivella enviou nota oficial sobre a situação na comunidade. Leia na íntegra: 

"O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, acompanha a situação de medo e insegurança provocada por traficantes de drogas, nessa sexta-feira, dia 22, na Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul. Crivella se solidariza com os moradores que vivem na localidade e estão passando por dias extremamente difíceis. O prefeito reforça a recomendação das autoridades policiais para que as pessoas evitem circular nas áreas onde estiver ocorrendo operações das forças militares. O Centro de Operações Rio, ligado à Secretaria Municipal de Ordem Pública, reforçou o monitoramento das imagens na região. Por medida de segurança, agentes da Guarda Municipal e operadores da CET-Rio fecharam a autoestrada Lagoa-Barra entre 10hs e 14hs.

Apesar de ser uma responsabilidade do Governo do Estado, a Prefeitura do Rio não vai se eximir de contribuir com o que for possível para combater a violência na cidade. A criação, em abril, do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) - que reúne todas as forças para trabalhar em conjunto - e o redirecionamento da atuação do COR são algumas das ações para que o município participe de forma efetiva, com suas devidas atribuições, com a segurança da cidade. Além disso, o prefeito Marcelo Crivella já cobrou, em Brasília, a presença do Governo Federal nas ações de controle das rodovias, e também nas de apreensão de armas, principalmente fuzis. O prefeito considera que, com a colaboração de todos, o Rio vencerá essa batalha."

(ODIA)

Nenhum comentário:

Postar um comentário