O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
Enquanto a segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB) tramita na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), respondeu aos comentários de bastidores de que fora picado pela “mosca azul” da perspectiva de poder quando Temer foi denunciado pela primeira vez, em junho. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta sexta-feira, Maia deu declarações duras contra aliados próximos ao peemedebista, aos quais atribuiu articulações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Não fiz com eles o que eles fizeram com a Dilma. Talvez por isso essas mentiras criadas, para tentar criar um ambiente em que eu era o que não prestava e eles eram os que prestavam”, afirmou o presidente da Câmara. “Como eles fizeram desse jeito com a Dilma, talvez imaginassem que o padrão fosse esse. O meu padrão não é o mesmo daqueles que, em torno do presidente, comandaram o impeachment da presidente Dilma”, acrescentou.
Na entrevista, o presidente da Câmara também criticou a atuação do PMDB em atrair às suas fileiras parlamentares do PSB que negociavam filiações do DEM, em uma ação para evitar o fortalecimento do partido aliado. Maia relatou ao jornal que, depois das notícias de uma visita de Temer à líder pessebista na Câmara, Tereza Cristina (MS), o presidente, “desesperado”, pediu para jantar com ele.
“Desesperado, Michel pediu para jantar aqui comigo para esclarecer que era mentira [que o PMDB cooptava deputados do PSB]. O presidente do PMDB [senador Romero Jucá] ligou para o presidente do DEM [senador Agripino Maia] para dizer que eles não tinham nenhum interesse nos parlamentares do PSB e o que estamos vendo é outra coisa. E o Romero, depois dessa denúncia, continuou fazendo a mesma coisa. A relação do PMDB com o DEM hoje é muito difícil”, disse Rodrigo Maia.
A migração do PSB para o PMDB de Fernando Coelho Filho, ministro das Minas e Energia, e seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, que acentuou a crise entre peemedebistas e democratas, foi citada por Rodrigo Maia como contradição entre o discurso e a prática do partido de Michel Temer.
“Como o presidente do PMDB e o próprio presidente da República falam uma coisa e o partido faz outra? E os ministros Moreira Franco [Secretaria-Geral da Presidência] e Eliseu Padilha [Casa Civil] vão à filiação do Fernando Coelho respaldar que aquilo ali é uma posição do governo?”, questionou Maia.
(Veja.Abril.com.br)
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