Rio
- Fechando o último dia de Rock In Rio 2017, os Red Hot Chili Peppers
fizeram um show protocolar. Nada que servisse para animar os que não são
muito fãs - a plateia permaneceu apática e cansada em músicas da banda
que definitivamente não marcaram época, como a quilométrica 'Sir Psycho
Sexy', 'Power Of Equality' e 'Right On Time', nenhuma delas tão boa
assim que justificasse a não-inclusão de 'Scar Tissue', 'Suck My Kiss',
'Dani California' e outras. Para compensar, teve 'Go Robot',
'Californication', 'By The Way', 'Under The Bridge', 'Give It Away', que
deram uma animada entre um cansaço e outro da turba.
Num dia especial para a
geração que começou a descobrir o rock entre os anos 1990 e 2000, o
Capital Inicial abriu o Palco Mundo prometendo um apanhado de hits "dos
longos anos de rock'n roll da banda". Foram de músicas mais recentes
como 'O Bom, o Mau e o Indiferente' a hinos do grupo nos anos 1980, como
'Independência', 'Fátima' (um original do Aborto Elétrico, primeiro
grupo de Renato Russo, que Dinho Ouro-Preto contou no palco ter ouvido
aos 16 anos e "não sabia que existia rock assim em português").
Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, fez discurso político durante show no Rock in Rio
Os protestos, que estão marcando o Rock In Rio 2017, ficaram para a versão de 'Que País É Esse', da Legião Urbana, dedicada pelo cantor "a uma enorme lista de políticos, de A a Z, que sequestraram a democracia", citando nominalmente Aécio Neves, Dilma Rousseff, Fernando Collor de Mello,
Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e Michel Temer. O público respondeu gritando "fora Temer!" e Dinho complementou puxando coral de "ei, Temer, vai tomar no c...". Ame-se ou não o Capital, é burrice fazer festival no Brasil sem contar com eles no line-up, e as mais de 200 mãos levantadas em 'Primeiros Erros', de Kiko Zambianchi (cantada em altíssimo volume pela plateia, após Dinho pedir que todos se comportassem "como se fizessem parte de uma seita") provam isso.
30 Seconds to Mars se apresentou na última noite de shows no Rock in Rio
Seguindo mais uma das tendências
do Rock In Rio em 2017, rolou uma participação: o rapper Projota
dividiu o palco com Jared e sua banda em 'Walk On Water'. Muita emoção e
informação que possivelmente deram um cansaço na plateia, imediatamente
antes do RHCP.
Já no Palco Sunset, o público viu a banda Republica, paulistanos que cantam em inglês, arriscando-se ao lançar praticamente um disco novo inteiro no festival. E o Sepultura promovendo mais uma mistura inusitada no Palco, trazendo a Família Lima para colocar cordas em músicas como 'Phantom Self', 'Inner Self', 'Roots' e 'Refuse/Resist'.
O show foi curto (1h30), a atuação de Josh Klinghoffer na
guitarra mais uma vez deu saudade de John Frusciante... E, enfim, o
eterno ponto fraco dos RHCP (a bipolaridade entre canções excelentes e
balanços que não vingam) marcou a noite. Rolaram referências bacanas em
determinados momentos do show, como a versão do grupo para 'Now I Wanna
Be Your Dog', dos Stooges, e Klinghoffer puxando na guitarra a a
introdução de 'Menina Mulher da Pele Preta', de Jorge BenJor,
reconhecida e cantada pelo público.
Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, fez discurso político durante show no Rock in Rio
Os protestos, que estão marcando o Rock In Rio 2017, ficaram para a versão de 'Que País É Esse', da Legião Urbana, dedicada pelo cantor "a uma enorme lista de políticos, de A a Z, que sequestraram a democracia", citando nominalmente Aécio Neves, Dilma Rousseff, Fernando Collor de Mello,
Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e Michel Temer. O público respondeu gritando "fora Temer!" e Dinho complementou puxando coral de "ei, Temer, vai tomar no c...". Ame-se ou não o Capital, é burrice fazer festival no Brasil sem contar com eles no line-up, e as mais de 200 mãos levantadas em 'Primeiros Erros', de Kiko Zambianchi (cantada em altíssimo volume pela plateia, após Dinho pedir que todos se comportassem "como se fizessem parte de uma seita") provam isso.
30 Seconds to Mars se apresentou na última noite de shows no Rock in Rio
O Offspring, que tocou no Palco Mundo depois do Capital,
sofreu com dois males: o cantor Dexter Holland anda precisando se cuidar
para manter o pique nos shows, e o Palco Mundo de 2017 chega ao fim sem
que ninguém resolva os problemas de som que a área apresenta. Em cada
momento do show, algum instrumento ficava com som baixo, quando isso não
acontecia com a voz de Dexter - nas laterais do Palco Mundo, ficava
tudo inaudível em vários momentos.
O grupo jogou para a
plateia e só mandou hits, incluindo 'Why Don't You Get a Job', 'The Kids
Aren't Alright', 'Americana' e 'Pretty Fly For A White Guy', do
popularíssimo disco 'Americana', de 1999, época em que o grupo disputava
espaço com bandas de axé, pagode e música pop nas rádios. Quem queria
ouvir hits da fase menos pop do grupo, como 'All I Want', 'Come Out And
Play' e 'Bad Habit', saiu satisfeito. 'Gone Away', um dos últimos hits
do grupo, virou balada de piano.
Na sequência, o 30 Seconds To Mars subiu no palco, liderado
pelo cantor e ator de Hollywood, Jared Leto. Havia expectativas a
respeito de se ele iria fazer como no show de 2013 e deslizar pela
tirolesa - pronto, ele repetiu a façanha, e ainda recorreu a truques de
palco iguais aos daquele show, como chamar os fãs com as mãos, tomar
açaí em pleno ato e etc. Jared ainda chamou cerca de uns 40 fãs para
subirem no palco em 'Do Or Die'.
Já no Palco Sunset, o público viu a banda Republica, paulistanos que cantam em inglês, arriscando-se ao lançar praticamente um disco novo inteiro no festival. E o Sepultura promovendo mais uma mistura inusitada no Palco, trazendo a Família Lima para colocar cordas em músicas como 'Phantom Self', 'Inner Self', 'Roots' e 'Refuse/Resist'.
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