RIO DE JANEIRO
Após um dia de tiroteios, a Rocinha tem uma manhã de aparente
tranquilidade neste domingo. Nenhum confronto foi registrado durante a
madrugada. A região está cercada por tropas das Forças Armadas desde a tarde da sexta-feira.
Desde
a sexta-feira, foram três mortos, nove presos e 18 fuzis apreendidos.
No sábado, o coronel Mauro Sinot, do Comando Militar do Leste (CML),
afirmou que os 950 homens ficarão por tempo indeterminado na região.
Eles auxiliam aos policiais na captura dos traficantes envolvidos com a
invasão da Rocinha, que aconteceu no domingo passado.
Apesar do cerco feito por homens do Bope, do Batalhão de Choque e das Forças Armadas, bandidos da quadrilha de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157,
chefe do tráfico da Rocinha, saíram da favela pela mata e chegaram a
comunidades em outros cinco bairros entre o Centro e a Zona Norte do
Rio. Por meio de trilhas na Floresta da Tijuca, o grupo de cerca de 200
traficantes se espalhou por Alto da Boa Vista, Usina, Tijuca, Rio
Comprido e Santa Tereza e se refugiou nas favelas do Borel, Formiga,
Salgueiro, Turano, Fogueteiro e Prazeres.
Todas essas comunidades
são dominadas pelo Comando Vermelho (CV), a maior facção do Rio. A
Polícia Civil investiga um acordo de Rogério 157 com a facção após
romper com Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefão da Amigos dos
Amigos (ADA), que cumpre pena em Rondônia.
A guerra na Rocinha
A
invasão da Rocinha na manhã do último domingo aconteceu depois de um
ultimato. Há um mês, Nem, mandou, do presídio federal de Rondônia, a
ordem para que Rogério 157, que lhe sucedeu no posto de chefe do
tráfico, deixasse a favela. Rogério não saiu do morro. Em 13 de agosto,
três homens de confiança de Nem foram encontrados mortos num carro, na
Estrada da Gávea. Na semana passada, outros aliados do antigo chefe
foram expulsos do morro. A cúpula da ADA decidiu, então, expulsar
Rogério da favela.
(OGlobo)
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