IMPASSE
A tensão iniciada na semana
passada, entre Rodrigo Maia (DEM-RJ) e líderes do partido do presidente,
o PMDB, mantém o Planalto em alerta. O presidente da Câmara não poupou
críticas aos "cabeças" da legenda, acusando-os de estarem impedindo o
crescimento do Democratas, ao convencerem dissidentes do PSB, já visados
pelo DEM, a filiarem-se à sigla.
O mal-estar ocorre justamente quando a segunda denúncia contra Michel
Temer, por obstrução de justiça e organização criminosa, chega à Câmara.
Depois de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o
processo retornará à Casa, para ser votado pelos parlamentares.
Por isso mesmo, Temer sabe da importância de manter uma boa relação
com Maia, já que o apoio dele é fundamental para que o governo consiga
barrar o prosseguimento do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), a
quem cabe instaurar o processo judicial.
Na tentativa de apaziguar
os ânimos, Temer tem entrado em contato constantemente com Maia, por
meio de telefone e mensagens de WhatsApp, segundo informações de O
Globo. Nesse domingo (24), em reunião com integrantes da cúpula do
governo, Temer garantiu estar tudo bem entre ele e Maia, com quem teria
falado no sábado (23), em razão do aniversário de 77 anos do
peemedebista.
O presidente da Câmara chegou a ser questionado se o
impasse gerado poderia afetar os rumos da votação da denúncia contra o
presidente, mas foi enfático ao negar. "Nenhuma consequência. Não vamos
misturar os temas", disse Rodrigo Maia.
Os companheiros de partido
dele, no entanto, já não têm tanta certeza. "A princípio, acredito que
não, mas eles terão que parar de maltratar os aliados", ameaçou
Pauderney Avelino (DEM-AM).
Já pelo lado do PMDB, a ordem é
para recolher as armas. "Eu penso que está se travando uma batalha
desnecessária. O que vai determinar a ida desses parlamentares para
partido A ou B é a questão local, em função do partido que estiver mais
bem colocado para a eleição do ano que vem", consideou o deputado Carlos
Marun (PMDB-MS).
(por Notícias Ao Minuto)
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