OPERAÇÕES INTEGRADAS
Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o governador
Luiz Fernando Pezão fazem pronunciamento sobre atuação das Forças
Armadas na segurança pública, no Palácio Guanabara (Fernando
Frazão/Agência Brasil)
Depois
de uma reunião no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, com o
ministro da Defesa, Raul Jungmann, o governador do Rio de Janeiro, Luiz
Fernando Pezão, disse, em um pronunciamento após o encontro, que nos
primeiros dez dias de outubro, o presidente Michel Temer, vai anunciar
um “grande pacote social”, que completará as incursões das forças de
segurança no combate ao crime organizado no estado.
“Ainda em
outubro, o presidente da República, secundado por ministros da área
social, estará trazendo aqui um amplo programa que complementa os eixos
de segurança, defesa e inteligência”, disse Jungmann reforçando a
informação do governador.
Pezão agradeceu o apoio federal ao Rio
e, mais uma vez, na direção de demonstrar que as duas esferas de governo
estão atuando em conjunto, o governador disse que foram aparadas as
arestas. “Afinamos a viola, como se diz aqui. Discutimos as relações e
acertamos os próximos passos. Tenho certeza que cada vez mais vai servir
de exemplo essas operações, ainda mais com essa entrada na área social,
que sempre foi uma demanda muito grande das comunidades”, Disse o
governador.
Jungmann acrescentou que as operações conjuntas
seguirão normalmente e revelou que nesta sexta-feira (22), pela manhã,
se encontrará com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e
apresentará a proposta para a criação de uma força tarefa de atuação
específica nos casos relativos à segurança pública do Rio de Janeiro.
“Vamos
pedir a ela apoio e suporte à ação que estamos fazendo aqui, e também
da Justiça e da Polícia Federal. É uma força tarefa que vamos pedir, que
seja dedicada aqui ao Rio de Janeiro, para nos ajudar nesse trabalho em
curso”.
O ministro informou que logo após o governo do estado
concluir a definição de locais da cidade que podem ter o emprego de
integrantes das Forças Armadas no patrulhamento, vai analisar a
reivindicação do executivo fluminense. “No caso da solicitação que o
governador fez recentemente, de pontos para serem patrulhados, ele está
concluindo esse trabalho e assim que recebermos vamos analisar com toda
boa vontade”.
Na quarta-feira, em entrevista à Agência Brasil,
o governador revelou que entre os pontos que podem ter a presença de
militares federais estão as linhas Vermelha e Amarela e as rodovias
federais. A intenção é poder deslocar o efetivo da polícia estadual, que
ficaria nestes locais, para outras operações reforçando as operações de
combate ao crime.
O governador agradeceu o empenho e
disponibilidade com que o presidente da República atendeu o pedido do
Rio de Janeiro para o emprego das Forças Armadas no Rio de Janeiro nas
questões de segurança. Pezão reiterou que este é um processo novo tanto
para o estado do Rio como para o governo federal, mas ressaltou que a
integração das operações já estão mostrando dados positivos, conforme
foi comprovado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de
Janeiro.
“Os resultados que já estamos colhendo com poucos meses
de ação, e tenho certeza, nunca tive dúvida disso, de que a cada mês, a
cada tempo que formos avançando nessa parceria vamos melhorar ainda
mais”.
Fecomércio
Antes de se reunir com o
governador, Jungmann esteve com o presidente da Federação do Comércio
do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, quando
participou da série de encontros realizados pela entidade para buscar
apoio da sociedade civil às operações de segurança. O ministro disse que
a visita estava marcada “há bastante tempo”. Jungmann conheceu o
Programa Segurança Presente, uma parceria do governo estadual, com a
Prefeitura do Rio e a Fecomércio, de policiamento de regiões da cidade.
“De
fato, a segurança, como diz a Constituição, é dever do Estado e
responsabilidade do cidadão. A gente olha muito para o dever do Estado, e
não estou falando do estado do Rio de Janeiro, não estou falando de
unidade federada, estou falando de Estado com E maiúsculo. De fato o
Estado com E maiúsculo vem nos devendo muito, e mais, melhor segurança. É
muito importante a questão da corresponsabilidade. Toda pessoa pode
participar, escrevendo, cobrando, votando bem em seus representantes,
denunciando, é outra forma de fazê-lo, se associando. Existem mil
maneiras da gente se empoderar nessa luta”, destacou.
Desajustes
O
ministro admitiu que houve desajustes no relacionamento entre os
governos federal e estadual na questão da segurança, mas que cabe às
autoridades resolverem, porque o Rio de Janeiro, assim o exige. “Nós
vamos resolver isso, porque é uma exigência do povo do Rio de Janeiro. É
uma exigência da opinião pública e é um desejo de todos nós. Então, se
tem problema, cabe a nós, e vamos resolver isso, porque vamos ficar aqui
até o último dia. Temos que cada vez mais procurar melhorar o nosso
desempenho. Nossos times têm que trabalhar unidos e coesos em favor da
população do Rio de Janeiro, portanto, vamos sentar, conversar, fazer
uma D.R. [discutir a relação] e vamos sair melhor”, disse.
De
acordo com dados do ISP, de junho a 26 de julho deste ano, houve 1.041
casos de roubo de carga no Rio, mas de 29 de julho, quando começaram as
operações conjuntas, até 22 de agosto, foram 585. Nos roubos a pessoas
nas ruas, os registros caíram de 9.265 para 6.286 casos e nas tentativas
de homicídio de 508 para 393. O período de comparação, no entanto, tem
menos dias. Enquanto no primeiro período foram 35 dias com casos
registrados, no segundo foram 25 dias.
( Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário