quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Para Temer, novo inquérito é ‘contaminado por inverdades.’ Defesa do presidente enviou petição ao ministro Luís Roberto Barroso, que determinou hoje abertura de investigação sobre Decreto dos Portos

INQUÉRITO
 
 O presidente Michel Temer (o alvo O presidente Temer: a delação do doleiro deve reforçar nova denúncia da Procuradoria-Geral da República/Reuters)


Depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinar a abertura de inquérito para investigar suposto favorecimento à empresa de terminais portuários Rodrimar S/A pelo governo do presidente Michel Temer, por meio do Decreto dos Portos, a defesa do peemedebista enviou petição a Barroso em que afirma que os autos estão “contaminados por inverdades”. A investigação, aberta a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai apurar possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

“As alegações aduzidas nos presentes autos, no que diz respeito ao sr. presidente da República, estão contaminadas por inverdades e distorções maliciosas da realidade, visando o enfraquecimento de seu governo, a instabilidade das instituições e da própria sociedade brasileira”, afirma o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira.

O advogado ainda destaca que “para a surpresa do sr. presidente, seu nome foi, mais uma vez, envolvido em alegações falaciosas e descabidas”. “É absolutamente impertinente a conclusão de que informações foram veiculadas à terceiros, objetivando a captação de recursos ilícitos para seu proveito por parte de funcionários de seu próprio governo”, argumenta o defensor.

Também serão investigados o ex-deputado federal e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), além do dono e presidente da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, e do executivo Rodrimar Ricardo Conrado Mesquita. A empresa opera no Porto de Santos, tradicional área de influência política de Temer.

A necessidade de uma investigação sobre a edição do Decreto dos Portos foi inicialmente apontada pelo procurador em junho, quando a PGR enviou ao Tribunal a denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva. Analisando o que foi informado por Janot, Barroso entendeu que há “elementos suficientes para instauração e inquérito”.

“Os elementos colhidos revelam que Rodrigo Rocha Loures, homem sabidamente da confiança do presidente da República, menciona pessoas que poderiam ser intermediárias de repasses ilícitos para o próprio Presidente da República, em troca da edição de ato normativo de específico interesse de determinada empresa, no caso, a Rodrimar S/A”, assinalou o ministro.


(com Estadão Conteúdo)

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