INQUÉRITO
O presidente Michel Temer (o alvo O presidente Temer: a delação do
doleiro deve reforçar nova denúncia da Procuradoria-Geral da
República/Reuters)
Depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinar a abertura de inquérito para investigar suposto favorecimento à empresa de terminais portuários Rodrimar S/A pelo governo do presidente Michel Temer, por meio do Decreto dos Portos,
a defesa do peemedebista enviou petição a Barroso em que afirma que os
autos estão “contaminados por inverdades”. A investigação, aberta a
pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai apurar possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.
“As alegações aduzidas nos presentes autos, no que diz
respeito ao sr. presidente da República, estão contaminadas por
inverdades e distorções maliciosas da realidade, visando o
enfraquecimento de seu governo, a instabilidade das instituições e da
própria sociedade brasileira”, afirma o advogado Antônio Cláudio Mariz
de Oliveira.
O advogado ainda destaca que “para a surpresa do sr.
presidente, seu nome foi, mais uma vez, envolvido em alegações
falaciosas e descabidas”. “É absolutamente impertinente a conclusão de
que informações foram veiculadas à terceiros, objetivando a captação de
recursos ilícitos para seu proveito por parte de funcionários de seu
próprio governo”, argumenta o defensor.
Também serão investigados o ex-deputado federal e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR), além do dono e presidente da Rodrimar, Antônio Celso Grecco,
e do executivo Rodrimar Ricardo Conrado Mesquita. A empresa opera no
Porto de Santos, tradicional área de influência política de Temer.
A necessidade de uma investigação sobre a edição do Decreto
dos Portos foi inicialmente apontada pelo procurador em junho, quando a
PGR enviou ao Tribunal a denúncia contra o peemedebista por corrupção
passiva. Analisando o que foi informado por Janot, Barroso entendeu que
há “elementos suficientes para instauração e inquérito”.
“Os elementos colhidos revelam que Rodrigo Rocha Loures,
homem sabidamente da confiança do presidente da República, menciona
pessoas que poderiam ser intermediárias de repasses ilícitos para o
próprio Presidente da República, em troca da edição de ato normativo de
específico interesse de determinada empresa, no caso, a Rodrimar S/A”,
assinalou o ministro.
(com Estadão Conteúdo)
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