terça-feira, 28 de outubro de 2014

Maternidade Januário Cicco vive dias de tranquilidade com média de 10 partos/dia. Demora na reabertura de outros serviços contribui para o aumento da demanda

INUSITADO

Foto: José Aldenir
Foto: José Aldenir

Com uma média atual de 13 nascimentos realizados diariamente, a Maternidade Escola Januário Cicco celebra dias de tranquilidade e corredores vazios, bem diferentes do cenário registrado no início do ano passado, quando a unidade sofreu com superlotação e falta de leitos. Referência em atendimentos e partos de gestantes de alto risco no Rio Grande do Norte, ela recebe mulheres também com gravidez de baixo risco por falta de maternidades no interior do Estado.

Segundo a diretora geral, Maria da Guia de Medeiros, o número de atendimentos e partos realizados pela unidade varia bastante de acordo com o período do mês, com dias em que são registrados dezenas de nascimentos e outros com poucos casos. Ela acredita que a demora na reabertura da Maternidade Leide Morais, na zona Norte de Natal, acaba contribuindo para um aumento considerável no total de atendimentos realizados na Januário Cicco, mas que não chega a influenciar a ponto de ocasionar superlotação.

“Já tivemos situações mais críticas, mas hoje conseguimos manter um equilíbrio que nos garante tranquilidade em grande parte do tempo, com atendimentos realizados dentro do que conseguimos fazer e sem causar problemas como superlotação e falta de leitos. Hoje, a nossa situação é essa: funcionamos com superlotação em alguns dias e nos outros, o número de procedimentos realizados fica dentro do que conseguimos fazer, sem dificuldades”, afirmou.

Ela disse que atualmente não há falta de vagas ou gestantes nos corredores ou aguardando o surgimento de algum leito para internação. Mas, que a falta de maternidades nas cidades do interior do Rio Grande do Norte ainda é um entrave grande para o funcionamento pleno do local, já que por causa disso, a Januário Cicco, que é referência em partos de alto risco, acaba recebendo uma alta demanda de gestantes de baixo risco.

“São mulheres que poderiam ter seus bebês tranquilamente em seus municípios de origem, sem ter que se deslocar para a Capital para isso, mas que por falta de maternidades em suas cidades, são obrigadas a peregrinar para conseguir um atendimento com obstetra. Isso é visto no perfil das mulheres que são atendidas aqui, onde a metade é de Natal e a outra parte, vindas de municípios próximos”, explicou Maria da Guia.

Ela disse ainda que foi feita uma mudança nos leitos oferecidos e que o número é controlado semanalmente, para evitar problemas. “Hoje temos um total de 121 leitos dentro da Januário Cicco, sendo estes divididos em 26 vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 95 para pacientes de partos, tratamentos de gestantes de alto risco e cirurgias ginecológicas, que também são realizadas na unidade. Quando estamos com superlotação e falta de vagas, explicamos direitinho o problema às pacientes”, afirmou.

A reabertura do Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Leide Morais, que deveria ter sido feita desde janeiro passado, foi remarcada para dezembro próximo, de acordo com o Departamento de Infraestrutura Física e Tecnológica da Secretaria Municipal de Saúde (Dift/SMS). Fechada para obras de reforma e ampliação há quase 16 meses, a unidade tem capacidade para 300 partos mensais e deve desafogar a Januário Cicco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário