PATRIMÔNIO
Itamar Ciríaco
Editor de Esportes
Em níveis diferentes, com aproveitamentos financeiros díspares e uso de espaços distintos, ABC, América e Alecrim, centenários em 2015, possuem um traço em comum: o patrimônio vem sendo negociado ao longo dos anos.
Entre os três clubes o caso mais grave e histórico é o do Alecrim. O Alviverde, que já foi proprietário de um terreno situado entre Parnamirim e Macaíba, frente para a BR-304, medindo 35 hectares com três piscinas, dois campos de futebol, quadra de tênis, restaurante, parque infantil, centenas de árvores, perdeu tudo. O local foi negociado para pagar dívidas trabalhistas do clube.
Editor de Esportes
Em níveis diferentes, com aproveitamentos financeiros díspares e uso de espaços distintos, ABC, América e Alecrim, centenários em 2015, possuem um traço em comum: o patrimônio vem sendo negociado ao longo dos anos.
Entre os três clubes o caso mais grave e histórico é o do Alecrim. O Alviverde, que já foi proprietário de um terreno situado entre Parnamirim e Macaíba, frente para a BR-304, medindo 35 hectares com três piscinas, dois campos de futebol, quadra de tênis, restaurante, parque infantil, centenas de árvores, perdeu tudo. O local foi negociado para pagar dívidas trabalhistas do clube.
Junior Santos
Próximo do tombamento, edifício-sede do América será mantido intacto segundo os dirigentes
No caso do ABC, em princípio, a negociação com uma construtora, que ficou com parte do terreno em Ponta Negra, onde ergueram-se espigões, e em troca construiu-se o estádio Maria Lamas Farache – Frasqueirão, foi considerada um sucesso. No entanto, ao longo dos anos, partes externas ao local do estádio e do Centro de Treinamento também foram negociadas.
Um dos saldos do negócio, que seriam 10 apartamentos foram negociados muitos deles para quitar dívidas acumuladas ao longo dos anos.
Segundo o site oficial do Alvinegro, o Complexo Sócio-Esportivo Vicente Farache, no bairro de Ponta Negra, abrange uma área total de 100.000 m2. Em seu espaço físico ficam o Estádio Maria Lamas Farache – Frasqueirão, o CT Alberi Ferreira de Matos, dos profissionais abecedistas, o CT José Nilson de Sá, das categorias de base alvinegras, e a Sede Social do clube.
O caso do América também chama atenção, uma vez que o clube fatiou a área que possuía na avenida Rodrigues Alves. Comprado por iniciativa do presidente José Gomes da Costa, em 1929, juntamente com Orestes Silva, o terreno da Sede Social do clube foi adquirido junto ao Estado, por 9 mil cruzeiros. A área cobria todo o quarteirão. Hoje resta apenas o edifício-sede.
O clube alega que o local onde existiam as piscinas e quadras de esportes não possuíam mais valor uma vez que não estavam sendo utilizadas. Durante várias administrações, a área foi negligenciada e reformas ou manutenções não ocorreram, além de não haver uso por parte de associados americanos.
A explicação de que as áreas causavam prejuízo esbarram numa questão óbvia. A poucos metros do clube americano, encontra-se a AABB. Ao contrário do co-irmão, no entanto, a Associação é um dos principais clubes do Estado e cresce em estrutura e em número de associados. Apesar da recente separação dos recursos, antes vinculados diretamente a um banco público, o clube sobreviveu e avança.
História
Para construção do que já foi considerado o maior bem do clube, o América esteve licenciado do futebol no período de 1960 a 1965. A preços do mercado imobiliário de hoje, calcula-se algo em torno de R$ 20 milhões pela área completa.
A Sede Social do América teve sua inauguração festiva no dia 14 de Julho de 1966, na gestão do presidente Humberto Pignataro.
Atualmente, há o pedido de tombamento ao setor do Patrimônio Municipal iniciado pelo arquiteto e artista plástico César Revoredo. “O único documento que existe tratando do assunto foi eu que iniciei, e fiz questão de incluir outros imóveis de relevância como a sede da Assen (na Av. Prudente de Morais)”, disse Revoredo, em entrevista à Tribuna do Norte.
As obras de recuperação do imóvel estão em curso conduzidas pelos arquitetos Luciano Barros e Alexandre Abreu. O objetivo do trio de arquitetos foi manter a essência Moderna do edifício, e todas as fases do projeto estão sendo acompanhadas de perto por uma comissão formada dentro da diretoria do América para tratar do assunto.
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