segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Festa de Santos Reis deve atrair 20 mil pessoas durante cinco dias de festas. A programação começou sábado, com carreata saindo da Catedral

DEVOÇÃO

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A festa de padroeiro mais tradicional da cidade tenta atrair todos os públicos com uma programação religiosa e ao mesmo tempo profana. No palco onde o Missionário Cosme, ex-integrante do comando vermelho e agora cantor religioso, é o mesmo onde a Banda Grafith  se apresentou neste domingo.

Os Reis Magos foram os primeiros padroeiros de Natal. Agora eles dividem o posto com Nossa Senhora da Apresentação. Esse é o motivo do feriado no dia seis de janeiro e a atração de fieis católicos de todas as regiões da cidade e até de mais longe. “É a questão da fé do povo e a devoção aos Santos Reis Magos. Vem pessoal de tudo que é canto do Brasil”, disse Janielson Silva, um dos coordenadores da festa.

A programação religiosa começou ontem com carreata que saiu da catedral até o santuário de Santos Reis. Hoje haverá a segunda novena às 19h. Logo depois, por volta das 20h30 Luiz Almir inicia seu repertório romântico e em seguida a banda de pagode Preto no Branco. A amanhã, o principal ponto da programação religiosa é a missa às 19 h, sucedida dos shows das bandas Grafith e Eita Mamãe.

Na terça-feira, ponto alto da festa, a programação começa às 6h com alvorada com a participação da banda marcial Leão de Judá. Durante o dia inteiro haverá programação religiosa com encerramento às 18h com uma missa. Além de shows e eventos religiosos, a festa conta com parque de diversões e feira de artesanato.

Simbolismo
Em primeiro lugar, Baltazar, Belchior e Gaspar só ganharam a titulação de Reis depois de terem visitado o menino Jesus. “Eles eram magos, estudavam a questão dos astros, eram astrônomos e por isso seguiram a estrela”, disse o pároco de Santos Reis. Ainda segundo o sacerdote, eles chegaram a Belém vindos de terras distintas, o que simboliza a universalidade da devoção ao filho de Deus.

“Eles foram visitar Jesus seguindo a estrela, apresentam suas oferendas – ouro, incenso e mirra – e se baseando nisso nós somos chamados a fazer nossa devoção também”, acrescentou. Cada oferenda tem um significado segundo a interpretação da Igreja Católica. O ouro simboliza a realeza do filho de Deus; o incenso, a divindade; e a mirra, a imortalidade, visto que esse óleo era usado para preparar os mortos naquela época.

Contradição
Questionado sobre se o repertório da Banda Grafith se coaduna com os princípios preconizados pela Igreja Católica, o coordenador foi sincero. “Existe contradição pelo fato de ser uma festa religiosa. Até mesmo pelo bispo ter dito que não podia ter bandas com letras de duplo sentido em festas de padroeiro. Inclusive em festas de outras cidades foram retiradas bandas profanas. Quer fazer faça, mas não na frente da igreja”, comentou.

Diante dessa afirmação, o coordenador também foi questionado porque a organização da festa mantinha a programação mesmo em desacordo com seus princípios. “Ano passado, Grafith não veio tocar. Esse padre foi crucificado, ele andava pela rua com medo porque o povo ficou revoltado”, contou. Este ano a banda Grafith vai se apresentar gratuitamente.

Ainda segundo Janielson Silva, isso acontece porque durante muito tempo a população confundiu a festa do bairro com a festa religiosa ao longo do tempo. Por conta dessa resistência seria difícil de mudar a programação de shows. “Há uns três anos a gente vem conseguindo colocar bandas no palco principal. Isso foi uma luta tão grande que você não sabe como. No ano que vem, a gente está pensando em trazer dois artistas de nível nacional como missionário Cosme”, adiantou. Por enquanto, o primeiro e o último dia estão exclusivamente reservados aos shows católicos.

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