ORGULHO
Carolina Souza
acw.souza@gmail.com
Nesta próxima semana o Rio Grande do Norte viverá um grande momento
que promete aumentar as atividades do agronegócio entre os criadores
potiguares. No dia 5 de janeiro, 140 animais entre vacas e touros puros
de origem, da raça Guzerá, farão um embarque aéreo rumo a Senegal e
Burkina Faso, países africanos. Essa será a primeira exportação viva de
gado nascidos e criados no RN, após o estado ser reconhecido
internacionalmente como área livre de febre aftosa com vacinação.
Para a Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc), os novos
negócios resultarão em benefícios para os criadores do Estado. “Essa é
uma excelente oportunidade de mercado para os nossos criadores. Tudo
isso que estamos vivenciando é resultado de um belo trabalho feito nos
últimos anos, concretizado com a nossa saída da barreira fitossanitária.
A partir disso passamos a ter condições de exportar nosso gado para o
Brasil e para o exterior”, afirmou Antônio Teófilo, presidente da Anorc.
A partir dessa primeira embarcação aérea, outros novos negócios
poderão surgir em outros países. “O mercado africano é o nosso novo
mercado. A partir dele, outras portas serão abertas. E essa é a
expectativa dos criadores: que o mercado exterior esteja cada vez mais
aberto para nós”, disse Teófilo.
Os animais serão enviados à África pelo Aeroporto Internacional
Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.
Apesar da embarcação desses animais ser por vias aéreas, a tendência é
que a exportação do gado também aconteça por vias marítimas, tendo em
vista que o RN é o território brasileiro mais próximo da África,
contribuindo para o desenvolvimento do setor.
O lote a ser exportado é composto por 13 machos e 127 fêmeas. Os
animais começarão a ser transportados na manhã de segunda-feira (5),
saindo da fazenda onde são criados, no município de Monte Alegre, para o
Aeroporto, e somente à noite, por volta das 23h horas, o cargueiro
levantará vôo e rumo a Dakar, capital do Senegal.
O plantel controlado do gado Guzerá no Rio Grande do Norte é
reconhecido como um dos melhores do Brasil, fato este que se constituiu
na principal razão do interesse dos criadores africanos pela compra dos
140 exemplares aos selecionadores potiguares Camillo Collier Neto e
Geraldo Alves. O gado exportado do RN será distribuído entre os
criadores de Senegal e Burkina Faso para viabilizar o melhoramento
genético do rebanho.
“A partir de agora, a pecuária norte-riograndense só tem a ganhar.
Nós temos várias raças de qualidade no nosso rebanho e temos grandes
selecionadores, os quais com certeza vão entrar no circuito brevemente
para exportar”, destacou Antônio Teófilo Questionado se tem conhecimento
de outras exportações que estejam a caminho, o presidente da Anorc
disse desconhecer, no momento, se há novos negócios.
Para Haroldo Abuana Osório, que assumiu a partir deste ano a
Secretaria Estadual de Agricultura (SAPE), o desaparecimento da barreira
fitossanitária é o principal fator que permitiu a abertura de mercado
para exportação. “Estávamos sem poder exportar animais. Agora, como área
livre de febre aftosa, isso irá permitir que o fluxo de exportação
melhore”, disse.
Sobre o aumento das exportações, o secretário defendeu que a
viabilidade do transporte aéreo é o mais recomendado para embarque dos
animais. “Na minha concepção, a exportação dos animais tem que acontecer
por meio de um transporte rápido para que não haja sofrimento. A via
marítima é um meio de transporte a mais e pode até ser mais econômico,
porém depende de uma logística mais complexa”, disse.
“Pensando no bem aos animais, o transporte marítimo se torna
inviável. O ideal é investir nas exportações aéreas, que acontecem em
poucas horas, sem comprometer o bem estar do gado”, comentou.
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