segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Gado nascido e criado no Rio Grande do Norte alça voo para a África. Embarque de 140 bovinos será a 1ª exportação viva do RN

ORGULHO

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Carolina Souza
acw.souza@gmail.com

Nesta próxima semana o Rio Grande do Norte viverá um grande momento que promete aumentar as atividades do agronegócio entre os criadores potiguares. No dia 5 de janeiro, 140 animais entre vacas e touros puros de origem, da raça Guzerá, farão um embarque aéreo rumo a Senegal e Burkina Faso, países africanos. Essa será a primeira exportação viva de gado nascidos e criados no RN, após o estado ser reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa com vacinação.

Para a Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc), os novos negócios resultarão em benefícios para os criadores do Estado. “Essa é uma excelente oportunidade de mercado para os nossos criadores. Tudo isso que estamos vivenciando é resultado de um belo trabalho feito nos últimos anos, concretizado com a nossa saída da barreira fitossanitária. A partir disso passamos a ter condições de exportar nosso gado para o Brasil e para o exterior”, afirmou Antônio Teófilo, presidente da Anorc.

A partir dessa primeira embarcação aérea, outros novos negócios poderão surgir em outros países. “O mercado africano é o nosso novo mercado. A partir dele, outras portas serão abertas. E essa é a expectativa dos criadores: que o mercado exterior esteja cada vez mais aberto para nós”, disse Teófilo.
Os animais serão enviados à África pelo Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. Apesar da embarcação desses animais ser por vias aéreas, a tendência é que a exportação do gado também aconteça por vias marítimas, tendo em vista que o RN é o território brasileiro mais próximo da África, contribuindo para o desenvolvimento do setor.

O lote a ser exportado é composto por 13 machos e 127 fêmeas. Os animais começarão a ser transportados na manhã de segunda-feira (5), saindo da fazenda onde são criados, no município de Monte Alegre, para o Aeroporto, e somente à noite, por volta das 23h horas, o cargueiro levantará vôo e rumo a Dakar, capital do Senegal.

O plantel controlado do gado Guzerá no Rio Grande do Norte é reconhecido como um dos melhores do Brasil, fato este que se constituiu na principal razão do interesse dos criadores africanos pela compra dos 140 exemplares aos selecionadores potiguares Camillo Collier Neto e Geraldo Alves. O gado exportado do RN será distribuído entre os criadores de Senegal e Burkina Faso para viabilizar o melhoramento genético do rebanho.

“A partir de agora, a pecuária norte-riograndense só tem a ganhar. Nós temos várias raças de qualidade no nosso rebanho e temos grandes selecionadores, os quais com certeza vão entrar no circuito brevemente para exportar”, destacou Antônio Teófilo Questionado se tem conhecimento de outras exportações que estejam a caminho, o presidente da Anorc disse desconhecer, no momento, se há novos negócios.

Para Haroldo Abuana Osório, que assumiu a partir deste ano a Secretaria Estadual de Agricultura (SAPE), o desaparecimento da barreira fitossanitária é o principal fator que permitiu a abertura de mercado para exportação. “Estávamos sem poder exportar animais. Agora, como área livre de febre aftosa, isso irá permitir que o fluxo de exportação melhore”, disse.

Sobre o aumento das exportações, o secretário defendeu que a viabilidade do transporte aéreo é o mais recomendado para embarque dos animais. “Na minha concepção, a exportação dos animais tem que acontecer por meio de um transporte rápido para que não haja sofrimento. A via marítima é um meio de transporte a mais e pode até ser mais econômico, porém depende de uma logística mais complexa”, disse.

“Pensando no bem aos animais, o transporte marítimo se torna inviável. O ideal é investir nas exportações aéreas, que acontecem em poucas horas, sem comprometer o bem estar do gado”, comentou.

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