segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Na véspera, eleição para Presidência da ALRN está aberta e resultado é imprevisível. Ricardo Motta e Ezequiel Ferreira são principais nomes em disputa. Deputados acreditam em resultado apertado

EXPECTATIVA

TYIKIO56
Equilíbrio. Essa é a palavra que deverá dar o tom da eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, marcada para a tarde deste domingo, logo após a posse dos parlamentares que vão fazer parte da nova legislatura que se inicia. O atual presidente Ricardo Motta (PROS), candidato a reeleição, e Ezequiel Ferreira (PMDB), tentando unir a oposição em torno de si, são os principais nomes na disputa que, baseada nas últimas informações, estaria totalmente aberta, sendo impossível apontar um vencedor.

Isso porque, inicialmente favorito, o presidente Ricardo Motta não teria percebido o crescimento do deputado Ezequiel Ferreira, que conta, hoje, com o apoio de parte da base aliada do governador Robinson Faria (PSD), como os deputados Galeno Torquato (PSD) e Gustavo Carvalho (PROS) e do vice-governador Fábio Dantas (PC do B). O vice não tem poder de voto, mas ainda exerceria grande influência entre os parlamentares pelo fato de ser ex-deputado.

Além disso, Ezequiel também teria sido favorecido pelo posicionamento do governador Robinson Faria, que estaria – segundo o líder do Governo na Assembleia, o deputado José Dias (PSD) – ao lado de Ricardo Motta, mas não declarou, oficialmente, esse posicionamento, deixando os deputados da base aliada livres para escolher o melhor nome para a Presidência da Assembleia Legislativa.

É importante lembrar que, agora, polarizada entre dois nomes, a eleição para a presidência da Assembleia começou tão logo os eleitos para a nova legislatura foram definidos. Ricardo Motta sempre foi candidato a reeleição e saiu da disputa eleitoral de outubro último fortalecido por ter sido o deputado mais votado, com a marca de 80 mil votos. Contra ele, as opções eram Galeno Torquato, que também teve expressiva votação, Gustavo Carvalho, Álvaro Dias (PMDB), José Adécio (DEM) e Ezequiel Ferreira.

Galeno perdeu força por estar em seu primeiro mandato. José Adécio, afastado com o retorno de Dibson Nasser (PSDB) a Assembleia, também. Gustavo Carvalho e Álvaro Dias seguiram como principal nome de oposição a reeleição do atual presidente mas, nesta reta final, acabaram perdendo fôlego para Ezequiel Ferreira, que conseguiu a declaração do apoio de parte da base de Robinson.

É importante ressaltar que de todos os que foram cogitados como candidatos, o único que assumiu o interesse em disputar a presidência da Assembleia foi Álvaro Dias. Nem Ricardo Motta, levado para a posição naturalmente devido à condição de atual presidente, afirmou em momento algum da disputa que iria disputar a reeleição.

UNIÃO
Na véspera da disputa, vale ressaltar, os deputados ouvidos pel’O Jornal de Hoje ressaltaram que o importante era não haver a divisão da Assembleia Legislativa. As declarações foram conseqüência da situação financeira difícil pela qual atravessa do Rio Grande do Norte, que exige uma união de esforço em torno de um objetivo comum: tirar o Estado da crise.

“Espero que a eleição seja tranquila e que não represente uma divisão na Assembleia, porque o que menos precisamos nesse momento é de uma divisão. Precisamos, agora, é unir esforços para ajudar o Estado”, afirmou o deputado Kelps Lima (SDD). “Eu ainda espero uma eleição de consenso para manter tranquilo o clima da Assembleia. Precisamos hoje é de união para trabalhar em conjunto pelo Rio Grande do Norte”, acrescentou o parlamentar Hermano Morais (PMDB).

Neste domingo, os 24 deputados eleitos no dia 5 de outubro de 2014 tomam posse para a 61ª legislatura. A Sessão Preparatória está marcada para as 16h, no Palácio José Augusto, sede da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Na mesma data os parlamentares elegem a nova Mesa Diretora da AL para o biênio 2015-2016.

Pela primeira vez não haverá recesso entre a sessão preparatória e o início dos trabalhos legislativos. De acordo com o texto atualizado da Constituição Estadual, “a Assembleia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do Estado, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro”.

Dos 24 eleitos, 15 foram reconduzidos para mais quatro anos de mandato na ALRN: Agnelo Alves (PDT), Ezequiel Ferreira (PMDB), Fernando Mineiro (PT), George Soares (PR), Getúlio Rêgo (DEM), Gustavo Carvalho (PROS), Gustavo Fernandes (PMDB), Hermano Morais (PMDB), José Dias (PSD), Kelps Lima (PS), Márcia Maia (PSB), Nélter Queiroz (PMDB), Raimundo Fernandes (PROS), Ricardo Motta (PROS) e Tomba Farias (PSB).

Os nove deputados novatos são: Albert Dickson (PROS), Álvaro Dias (PMDB), Carlos Augusto Maia (PT do B), Cristiane Dantas (PC do B), Dison Lisboa (PSD), Galeno Torquato (PSD), Jacó Jácome (PMN), José Adécio (DEM) e Souza (PHS).

José Dias: “Governador não faz campanha para ninguém, mas sugere o voto em Ricardo Motta”
O governador Robinson Faria (PSD) não está fazendo campanha, não está declarando voto publicamente mas, quem o procura pedindo uma orientação sobre a eleição para a presidência da Assembleia, ouve dele a indicação de apoio a reeleição de Ricardo Motta (PROS). E quem revela essa situação é o líder do governo na Casa Legislativa, o deputado José Dias (PSD), em contato com O Jornal de Hoje na manhã deste sábado, véspera da votação.

Inclusive, segundo José Dias, na noite desta sexta-feira, ele levou o deputado Fernando Mineiro (PT) ao encontro de Robinson Faria e assistiu, mais uma vez, a sugestão de voto em Ricardo Motta. “Robinson está cumprindo, exatamente, o que foi estabelecido em um encontro com Ricardo Motta ocorrido na Governadoria, porque o presidente viabilizou a votação de projetos importantes, sem os quais a travessia do governo atual seria num deserto pior que o que Moisés enfrentou no Egito”, comparou José Dias.

A conversa entre Ricardo Motta e Robinson foi intermediada pelo próprio José Dias. A data não foi revelada pelo líder do governo, mas teria sido antes da votação do empréstimo de R$ 850 milhões, que permitirá a gestão atual ter recursos para contrapartidas e obras importantes, como a terceira ponte sobre o Rio Potengi. “No encontro, o governador falou sobre a importância da aprovação das matérias e ouviu o apoio de Ricardo Motta, ciente de que era importante essa união em torno da melhoria do Rio Grande do Norte”, narrou Dias.

Nesse mesmo encontro, Ricardo Motta e Robinson Faria também teriam conversado sobre a eleição da Assembleia. Ricardo não teria pedido o apoio e ouviu do governador a promessa de que não iria para a imprensa declarar apoio e não pediria voto publicamente, mas os deputados que o procurassem para pedir sugestão, ouviriam dele a indicação para apoiar a reeleição de Ricardo Motta, pelo comprometimento que ele demonstrou com o Rio Grande do Norte.

“Robinson Faria tem feito, exatamente, o que prometeu. É um homem de palavra e é isto que está fazendo, nada mais e nada menos. Se alguém fala que ele está fazendo algo fora isso para esta eleição, é fofoca. Eu, inclusive, posso garantir que ele está cumprindo a palavra porque já testemunhei isso em duas reuniões ocorridas na minha casa”, afirmou José Dias, confirmando que uma dessas reuniões ocorreu na noite de sexta-feira, com Fernando Mineiro, quando Robinson voltou a sugerir o voto em Ricardo.

APOIO
Antes desse acerto, José Dias contou que já havia decidido apoiar a reeleição de Ricardo Motta e, por isso, tentou intermediar o diálogo entre os dois. “A conversa inicial com Ricardo foi feita por mim, não houve qualquer contato com Robinson. Fiz isso pelo empenho demonstrado por Ricardo em ajudar o Rio Grande do Norte quando houve a unificação dos fundos previdenciários”, relembrou Dias.

Segundo o líder do governo, apesar de uma matéria polêmica, a unificação foi fundamental para evitar que os servidores do Estado ficassem sem salários e o governo já iniciasse com uma dívida milionária que precisaria ser quitada em poucos dias. “Não havia outra solução que não fosse a unificação dos fundos. A situação do Estado e dos servidores ficaria muito pior se isso não fosse feito. Não teriam o salário de dezembro e o de janeiro, período de muitos pagamentos para servidores, estaria ameaçado. Foi necessário uma união de forças em torno disso e o presidente Ricardo Motta contribuiu muito e sou testemunha”, relembrou José Dias.

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