Segundo os dados, os maiores porcentuais brasileiros de estudantes que sofreram esse tipo de violência estão nos estados de Roraima, com 7,3%, e Mato Grosso, com 6,2%. Só a Região Norte concentra 5,3% dos casos. No total, 4,4% dos alunos obrigados a ter relação sexual estão nas escolas públicas e 2% no ensino privado. Destes, 3,7% são meninos, enquanto para as meninas o porcentual é de 4,3%.
A PeNSE também perguntou quem foi o responsável por essa violência. Namorado (a) ou ex-namorado (a) teve a maior taxa das respostas, com 26,6%. Em seguida, aparece amigo (a), com 21,8%, outros familiares, com 19,7% e pai, mãe, padrasto ou madrasta, com 11,9%.
De acordo com especialistas em saúde e sexualidade, o número trazido pela pesquisa pode ser ainda maior, pois as vítimas costumam ter dificuldade de falar sobre o tema e denunciá-lo.
Álcool e drogas
O estudo demonstra ainda que, apesar de a venda de álcool ser proibida para menores de 18 anos no Brasil, 55,5% dos estudantes entre 13 e 15 anos já experimentaram algum tipo de bebida alcoólica. A proporção é superior aos 50,3% registrados em 2012.Entre os que já experimentaram álcool, um em cada cinco jovens, ou 21,4%, ficaram bêbados pelo menos uma vez – o dado mais preocupante, de acordo com os especialistas.
“Hábitos saudáveis e não saudáveis tendem a ser mais duradouros quando adquiridos na adolescência, no que se refere tanto a fumo e bebida alcoólica quanto à prática de esportes e boa alimentação. Por isso a Organização Mundial da Saúde recomenda pesquisas com adolescentes, para prevenção de doenças cardiovasculares, câncer e displasias”, diz o pesquisador do IBGE Marco Andreazzi, gerente da PeNSE.
Estados da Região Sul estão entre os que registraram maior índice de consumo de álcool nos 30 dias anteriores à pesquisa – Rio Grande do Sul, com 34%, e Santa Catarina, com 33,8%, são os primeiros, seguidos de Mato Grosso do Sul (31,2%) e Paraná (30,2%)
Uma pequena proporção, de 0,5%, revelou ter consumido crack nos trinta dias anteriores à pesquisa. No universo total de alunos do 9º ano, seriam 13.000 usuários da droga, mesmo que eventuais. Para o gerente da PeNSE, o número é um alerta para pais e professores.
“O crack costuma retirar os alunos da escola, é a ponta do iceberg. Estamos entre os países com menor índice de consumo de drogas ilícitas entre os adolescentes, mas o uso nos últimos trinta dias indica hábito, ou vício. Se for usado antes dos 14 anos, é um risco a mais”, diz Andreazzi.
Revelaram ter experimentado alguma droga ilícita 9% dos alunos, ou 236.700 estudantes, em 2015, proporção maior que a dos 7,3% de 2012.
Houve pequena redução entre os jovens que fumaram cigarro. A proporção dos que experimentaram pelo menos uma vez caiu de 19,6%, em 2012, para 18,4%, em 2015. Entre os que fumaram nos trinta dias anteriores, foi detectado pequeno aumento, de 5,1% para 5,6%.
(Com Estadão Conteúdo)
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