“Quem acha que essa obra é de Deus?”
pergunta o pastor Valdemiro Santiago a uma vasta plateia de fiéis. A
resposta positiva é veemente. Não é um teatro, as pessoas realmente
acreditam nas palavras proferidas por Valdemiro, uma pessoa que se
autodenomina “apóstolo”. Fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus,
com mais de 4 mil templos e 900 mil seguidores no Brasil, possui uma
fortuna de 440 milhões de reais, segundo matéria da revista Forbes. Ainda assim, continua apelando moralmente para conseguir dinheiro de seus seguidores.
A criatividade de Valdemiro não possui limites. Em novembro do ano passado mostramos um vídeo em que o pastor pedia que os fiéis pagassem o dízimo da renda que desejassem ter no ano seguinte.
Este ano a proposta é outra. O pastor espera arrecadar 200 milhões de
reais dos fiéis para a construção de novos templos. Para isso, está
pedindo que cada fiel compre um “tijolinho da obra de Deus” (uma
miniatura de plástico que pode ser usada como chaveiro) pelo valor de
200 reais. Detalhe: Os 200 reais não é o dízimo, é um extra a ser pago.
Além do mais, Valdemiro vende a ideia da
contribuição, da ajuda financeira em troca de proteção celeste contra o
satanás, um ato infalível para seu tipo de público. “Seja uma das 100
mil pessoas a participar com uma oferta de 200,00. Ligue agora na
central telefônica. (0**11) 3577-3800 / 3488-3050” é o que aparece na
base do vídeo durante o programa de televisão. A mensagem indica que
ajudar com 200 reais é um êxito, uma glória.
“Eu nunca tive nada e Deus me trouxe até aqui!”
O clamor é geral, o público
ensandecidamente aplaude e grita “Aleluia” para a vanglória do pastor,
que continua e pergunta: “Você acredita que Deus fala em minha boca?”.
“Sim”, respondem as pessoas presentes no “culto”.
No início do mês foi noticiado que Valdemiro Santiago comprou a Rede CNT
de televisão. A rede, com sede em Curitiba, tem sucursais em São Paulo,
Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Londrina. Valdemiro desembolsou
500 milhões de reais para comprar a emissora, mais que o dobro do valor
pretendido para a “construção dos templos”.
(JornaldoPaís)
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