Vereador em Natal Ubaldo Fernandes (PMDB)
Cotado para disputar o Governo do Estado em 2018, o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), é considerado um “bom nome” para a sucessão do governador Robinson Faria (PSD) pelo vereador Ubaldo Fernandes (PMDB). Segundo o peemedebista, contudo, o chefe do Executivo municipal “precisa ser mais popular” e “estar mais no seio da sociedade”.
Para Ubaldo, é natural que Carlos Eduardo seja cotado para a disputa majoritária do ano que vem. “Ele é o prefeito da capital do Estado, logo todas as suas ações administrativas repercutem nas cidades do entorno”, destaca o peemedebista. O vereador critica, porém, a sisudez do prefeito. “Ele precisa ter um tato mais político com a população, precisa ser mais popular. Essa é a única crítica construtiva que eu faço”, frisa Ubaldo, que é presidente municipal do partido em Natal.
Sobre o apoio do PMDB a uma possível candidatura de Carlos Eduardo, Ubaldo afirma que “isso ainda não está consolidado” e insinua que a sustentação está condicionada a uma melhora na relação política com o chefe do Executivo. “Temos um bom relacionamento com o prefeito no âmbito administrativo, até porque ocupamos três secretarias, mas este relacionamento precisa melhorar no âmbito político”, pontua.
O vereador, que está iniciando seu terceiro mandato, declara, por outro lado, que espera que a sintonia entre PMDB e o prefeito de Natal melhore. “O prefeito tem dificuldade de relacionamento, mas precisamos ter um bom trânsito na questão política. Acredito que vá melhorar”, assinala, sem especificar quais são os aspectos do ruído político existente.
“Brasil terá uma nova cara depois da Lava Jato”, ressalta vereador
Em entrevista ao Agora RN, em transmissão que pode ser conferida em nossa página no Facebook, o vereador comentou também sobre os impactos no Rio Grande do Norte da divulgação dos nomes integrantes da “lista de Fachin”, a relação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que determina abertura de inquéritos para investigar citados em delações de executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.
Para o vereador, “o Brasil terá uma nova cara depois da Lava Jato”. Segundo o peemedebista, a investigação – que desmontou um esquema de corrupção envolvendo políticos, empreiteiras e contratos junto à Petrobras e subsidiárias – vai alterar os processos políticos no país.
Ubaldo relata que “a legislação era fragilizada”. “A lei permitia o financiamento privado de campanhas. Mas a Lava Jato detectou, na verdade, o que aconteceu. A legislação permitiu a troca: ‘hoje você dá, amanhã eu te darei’”, registra, em referência às contribuições dadas por empreiteiras a campanhas políticas em troca de favorecimento em contratos com o Governo. “Isso, o que estava por trás do tapete, tem sido muito ruim para o país”, finaliza.
A respeito da citação de políticos potiguares no esquema, dos quais há dois integrantes do PMDB – o senador Garibaldi Alves Filho e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves –, o vereador argumenta que cada um terá a oportunidade de se explicar à Justiça a partir de agora.
Em relação a Garibaldi Filho, que teve contra si o pedido do ministro do STF para abertura de inquérito, Ubaldo salienta que confia na idoneidade do senador. “Contra ele foi tão-somente autorizada a investigação, ele não foi denunciado nem se tornou réu. Se for encontrado oficialmente que ele recebeu recursos via caixa 2, ele será denunciado e aí poderá se tornar réu. Mas eu acredito na pessoa de Garibaldi e acredito que ele recebeu recursos oficiais, como todos os outros parlamentares do Rio Grande do Norte”, assinalou.
Sobre Henrique, que também teve o nome citado neste conjunto de delações, mas que já responde na Justiça em outros processos, Ubaldo foi categórico: “Cabe a ele se defender”.
(Tiago Rebolo/AgoraRN)
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