quarta-feira, 12 de abril de 2017

Paes recebeu R$ 15 mi para ‘facilitar’ contratos nas Olimpíadas. Na planilha da Odebrecht, ex-prefeito do Rio é retratado sob o codinome de "Nervosinho"

DELAÇÃO DO FIM DO MUNDO




O ministro relator do petrolão no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, determinou a abertura de inquérito para investigar o ex-prefeito no Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o deputado federal Pedro Paulo Carvalho. Ambos são do PMDB do Rio. Paes é acusado de intermediar caixa dois para a campanha de Pedro Paulo, o ex-secretário acusado de agredir a ex-esposa, e ainda de receber dinheiro da Odebrecht em troca de facilitação de contratos das Olimpíadas para a empresa. Três delatores da Odebrecht narraram as negociatas envolvendo Eduardo Paes.
Em 2012, segundo o delator Benedicto Barbosa, a Odebrecht repassou 15 milhões de reais para Eduardo Paes, “ante seu interesse na facilitação de contratos relativos às Olimpíadas de 2016”. Dessa quantia, 5 milhões de reais foram entregues ao prefeito por meio de contas no exterior.
Em sua delação, Benedicto apresenta documentos para corroborar suas informações e em seus relatos há menção aos nomes de Leonel Brizola Neto e Cristiane Brasil como possíveis destinatários de valores. Segundo o delator, em 2014 Pedro Paulo recebeu 300.000 reais de maneira oculta, durante a campanha eleitoral. O ex-prefeito do Rio é acusado de solicitar pagamento de 3 milhões de reais para a campanha de Pedro Paulo a deputado federal em 2010. A transação foi “facilitada” por Eduardo Paes, segundo a delação premiada. Há registros de diversos pagamentos para Eduardo Paes no sistema da propina da Odebrecht. Lá, o ex-prefeito é identificado como “Nervosinho”.
O ministro Fachin levantou o sigilo do processo e determinou o envio dos autos para a Polícia Federal, para as diligências necessárias. Três juízes e auxiliam Fachin no STF ficarão responsáveis pela investigação de Eduardo Paes e Pedro Paulo.
(Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin, Laryssa Borges, Marcela Mattos, Felipe Frazão, Hugo Marques, Thiago Bronzatto/Veja.com.br)

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