O cantor e compositor Belchior, nos anos 70 (Paulo Salomão/Dedoc)
O corpo do cantor Belchior, encontrado morto na manhã deste domingo, será velado em Sobral, sua cidade natal, no interior do Ceará, no Teatro São João – tradicional centro cultural da cidade –, das 7 horas às 10 horas da manhã desta segunda-feira. De lá, será levado a Fortaleza para um segundo velório, no Centro Cultural Dragão do Mar, das 12 às 18 horas, segundo informações da assessoria da Secretaria de Cultura do Governo do Ceará, que está prestando auxílio financeiro e logístico à família.
Belchior será enterrado na capital na terça-feira de manhã, no Cemitério Parque da Paz, segundo Silvia Belchior, de 33 anos, sobrinha do cantor, que está em contato direto com o governo cearense para organizar tanto o velório quanto o enterro. De acordo com ela, o enterro será em Fortaleza, onde vive a maioria dos familiares e onde também estão enterrados os pais do cantor.
Belchior morreu de causas naturais, dormindo, ao som de música clássica, segundo a delegada plantonista da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Raquel Schneider, que acompanha a investigação da morte do cantor cearense de 70 anos. O corpo do cantor foi encontrado por sua companheira, Edna Prometeu, na sala de estar da casa em que vivia no município de Santa Cruz do Sul (RS).
Carreira – Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes era apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior quando abandonou a faculdade de Medicina no quarto ano e o Nordeste para tentar a carreira na música. Seu primeiro LP não vingou, mas Alucinação, de 1976, consolidou sua carreira. A coletânea contava com as marcantes Velha Roupa Colorida, Apenas um Rapaz Latino-Americano e Como Nossos Pais, outro grande sucesso eternizado por Elis Regina, desta vez regravado depois pela cantora.
Belchior continuou nas paradas nos anos 1980. Lançou seu último álbum, Auto-Retrato, em 1999. Seus últimos anos foram marcados por polêmicas, os problemas financeiros e a reclusão. Abandonou o casamento de 35 anos com Ângela Margareth Henman Belchior no final de 2006 para viver com a artista Edna Prometheu (nome utilizado por Edna Assunção de Araújo), que conhecera um ano antes, e viveu seus últimos anos sem paradeiro certo. A reclusão renovou o interesse pelo cantor na internet, e suas músicas passaram a ser ainda mais procuradas em sites como YouTube e Spotify. Nada que trouxesse Belchior de volta aos holofotes.
Estou triste com a morte de Belchior.Conheci nos anos 70 e suas músicas me lembram o inconformismo que o jovem deve ter.Cearense com orgulho
( Leonardo Pinto e Alexandre Senechal/Veja.com.br)
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