segunda-feira, 1 de maio de 2017

Médica inocentada de matar pacientes diz: 'Vivi por este momento.' Virgínia Soares de Souza foi absolvida, em primeira instância, da acusão de matar sete pacientes

"INOCENTADA"


"Vivi os últimos quatro anos na expectativa deste momento agora". Este foi o desabafo da médica Virgínia Soares de Souza na primeira entrevista que concedeu após ser inocentada, em primeira instância, da acusação de ter provocado a morte de 7 pacientes em Curitiba. A ex-chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico teve o nome ligado também a outras 300 mortes, consideradas suspeitas e investigadas pela polícia.  

Virgínia Souza e outros sete profissionais da equipe dela foram inocentados em abril, tanto pela Justiça quanto pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná - onde mais um caso resta ser julgado. "Recebi muitas agressões verbais, fui chamada de 'assassina', mas sou, na verdade, esta pessoa que o juiz (Daniel Avelar) absolveu", contou a médica ao programa "Fantástico" (Globo), neste domingo (30).

Sobre a própria reputação como médica, Virgínia Souza falou: "Eu era conhecida mais como uma obstinada do que pelo motivo que eu fui acusada. Obstinado é um médico que chega a ultrapassar, vamos dizer, os protocolos e as regras e faz de tudo pelo resgate da vida". Perguntada se voltaria à uma UTI, a médica respondeu: "jamais", justificando que não suportaria perceber dúvida nos pacientes ou familiares. A médica hoje trabalha com pesquisas por telefone e diz que vai "manter este trabalho".

Para o Ministério Público do Paraná, a sentença do juiz Daniel Avelar foi "insuficiente", diante da quantidade provas apresentada. A promotoria também foi ouvida pela reportagem e informou que encaminhará recurso ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) por entender que pessoas foram "assassinadas naquela UTI. O MP não tem duvida e vai continuar lutando por isso pq nós temos provas fundamentadas em perícia médica oficial".

(Notícias ao Minuto)

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