O padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Ponte, é preso neste domingo (10), após policiais encontrarem o corpo do menino Joaquim Ponte, de 3 anos, desaparecido desde terça-feira (5), no Rio Pardo, na zona rural de Barretos (SP) (Alfredo Risk/Futura Press/VEJA)
Acusado pela morte do enteado Joaquim Ponte Marques, de apenas 3 anos, em 2013, Guilherme Raymo Longo foi preso na última quinta-feira em Barcelona, na Espanha, pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Desaparecido há 7 meses, Longo foi encontrado depois de contar a um americano que havia cometido um assassinato em 2013 e vangloriar-se de ter escapado da polícia. O americano contou o caso a uma amiga brasileira, que mora no Chile e não quis se identificar. Ela reconheceu Longo e entrou em contato com o advogado de Arthur Paes, pai do menino.
Com base nas informações compartilhadas pela brasileira, o produtor do Fantástico, Evando Siqueira, conseguiu rastrear os passos de Longo e descobriu seu paradeiro em Barcelona, como mostrou o programa neste domingo. Longo tirou um passaporte no final de 2016 com o nome falso de Gustavo Triani e fugiu para o Uruguai, de onde embarcou para Espanha. Siqueira esteve no alberque em que ele se hospedou no começo do mês e teve acesso à copia de seu passaporte, documento obrigatório para fazer o check-in, que mostrou que o homem que se apresentava como Gustavo era mesmo Longo.
Apesar de já não estar mais hospedado no albergue, o suspeito deixou no local pistas que levaram a sua captura. Longo havia comentado que estava procurando emprego e indicou os bares e restaurantes que frequentava. Em um deles, deixou seu currículo, com um número de telefone para contato. Além disso, Longo tinha uma página na rede social Facebook com sua identidade falsa e participava de um grupo online de brasileiros em Barcelona. A produção do Fantástico marcou por mensagem um encontro oferendo emprego e alertou as autoridades.
Longo está preso no complexo penitenciário de Barcelona e deve ser encaminhado ao presídio de Tremembé, no interior paulista, onde aguardará pelo julgamento, ainda sem data definida. Denunciado por homicídio triplamente qualificado, sua pena pode chegar a 30 anos de prisão. Seu advogado nega o envolvimento de Longo na morte do enteado.
O crime
Segundo as investigações, Joaquim foi vítima de uma dose excessiva de insulina, aplicada pelo padrasto em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Joaquim era diabético e dependia da medicação. Após a morte do menino, Longo teria jogado o corpo no córrego Tanquinho, localizado a cerca de 200 metros de onde moravam e, de lá, ele teria sido levado pela correnteza até o rio Pardo, em Barretos, interior paulista.
O crime, que aconteceu em novembro de 2013, teve grande repercussão e o padrasto e a mãe da criança, a psicóloga Natália Ponte, chegaram a ser presos. Longo, que inicialmente negava o crime, confessou o assassinato do garoto em entrevista à TV Record. Em seguida, desmentiu e alegou ter inventado a história porque teria ganhado dinheiro para conceder a entrevista. Entretanto, em outra reviravolta antes da fuga, deixou uma carta na qual novamente deu a entender que teria matado o enteado.
Em 2016, Longo conseguiu liberdade provisória e desapareceu. O pai biológico do menino, Arthur Paes, passou a fazer campanha para localizar o assassino do filho e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) ofereceu recompensa de até 50 mil reais a quem desse informações.
Ainda não se sabe como Longo conseguiu tirar um passaporte verdadeiro, nem quem teria financiado sua viagem. Em nota ao Fantástico, seu primo disse que seu nome foi usado indevidamente e que nunca emprestou nenhum documento.
(Veja.com.br)
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