Retrato do ministro Joaquim Barbosa na galeria de ex-presidentes do STF. Foto - 07/06/2017 (Nelson Jr./SCO/STF/Divulgação)
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa admitiu que não descarta se candidatar à Presidência da República. Em solenidade no Supremo, em Brasília, Barbosa afirmou que uma eventual candidatura está em sua “esfera de deliberação”, que já conversou com partidos e até com Marina Silva, mas que ainda “hesita” sobre o tema.
“Eu sou um cidadão brasileiro, um cidadão pleno, há três anos livre das amarras de cargos públicos, mas sou um observador atento da vida brasileira. Portanto, a decisão de me candidatar ou não está na minha esfera de deliberação. Só que eu sou muito hesitante em relação a isso. Não sei se decidirei positivamente neste sentido”, disse o ex-ministro do STF durante a inauguração de seu retrato na galeria dos ex-presidentes da corte.
Barbosa admitiu conversas sobre uma possível candidatura, mas negou ter assumido compromisso com algum partido. “Já conversei com líderes de partidos políticos, dois ou três. Até mesmo quando estava no Supremo fui sondado, sondagens superficiais. Ano passado, tive conversas com Marina Silva. Mais recentemente, tive conversas, troca de impressões, com a direção do PSB”, disse. “Mas nada de concreto em termos de oferta de legenda para candidatura, mesmo porque eu não sei se eu decidiria dar este passo. Eu hesito.”
Na cerimônia, Barbosa também afirmou que, no atual cenário político, o país conta com o STF. “Eu não os invejo, eu não gostaria de estar aqui na Corte neste momento cataclísmico. Eu só diria o seguinte, o Brasil precisa muito dos senhores. O Brasil precisa muito desta Corte”, disse aos antigos colegas.
Eleição direta
Sobre a possível vacância no poder em caso de queda do presidente Michel Temer, Barbosa se posicionou a favor de uma alteração constitucional que possibilite as eleições diretas. “Veja bem, a Constituição brasileira prevê eleição indireta. Mas eu não vejo tabu de modificar Constituição em situação emergencial como esta para se dar a palavra ao povo. Em democracia, isso é que é feito”, opinou.(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
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