Roberto Jefferson afirmou que a gravação apresentada pelo empresário Joelsey Batista, em que Temer supostamente dá aval para que o dono da JBS continue pagando uma mesada a Eduardo Cunha, é uma "prova imprestável" (Eduardo Naddar/AGIF/AE/VEJA)
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, disse nesta quarta-feira que o partido vai ficar ao lado do presidente Michel Temer (PMDB) e vai trabalhar para recusar uma eventual denúncia contra ele oferecida pela Procuradoria-Geral da República.
“Viemos dizer ao presidente do apoio do
Partido Trabalhista Brasileiro a ele, à gestão que vem fazendo, à
instituição presidente da República e à pessoa do presidente Michel
Temer”, afirmou o presidente da legenda, após participar de reunião com
Temer que durou mais de duas horas. Roberto Jefferson fez críticas ao
inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o
presidente e afirmou que o Brasil recuaria “20 anos” se ele deixasse o
poder.
“Seria inoportuno [o Tribunal Superior
Eleitoral cassar a chapa Dilma-Temer]. Nós vamos jogar o Brasil para
trás 20 anos se isso acontecer. Uma crise gravíssima. Se isso acontece,
haveria recursos e embargos ao plenário do TSE e do STF. É um ano de
luta, e o país anda para trás. É muito ruim, tomara que não venha uma
decisão neste sentido”, disse, questionado sobre o julgamento da ação
que pede a cassação da chapa vencedora das eleições presidenciais de
2014.
Um senador e 15 deputados petebistas
participaram do encontro, no Palácio do Planalto, assim como o ministro
do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que também é do partido. Segundo ele,
“uma parte” do Ministério Público Federal tem atuado de maneira
“extremamente açodada”. O presidente do PTB também criticou a gravação
apresentada por Joesley Batista, dono da JBS, em que Temer parece dar
aval ao empresário para que ele continue pagando uma mesada ao
ex-deputado preso Eduardo Cunha.
“Quem ouviu aquela gravação sabe que a
prova é imprestável. Ela não foi periciada até hoje. Tem aberto um
inquérito contra o presidente da República sem a perícia de uma prova
que foi obtida por meio ilegal e tem 70 edições”, disse, em referência à
conversa de Michel Temer com o dono do Grupo JBS, Joesley Batista, um
dos motivos apresentados pelo MPF ao Supremo Tribunal Federal para o
início das investigações.
Sobre o eventual oferecimento de
denúncia contra o presidente pela Procuradoria-Geral da República, o que
precisaria ser aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados,
Jefferson disse que o PTB “votará contra essa denúncia”.
Apesar do apoio, Roberto Jefferson disse
que o PTB não deve fechar questão sobre o assunto, que é quando a sigla
aplica punições a infidelidades de deputados e senadores ao que é
proposto pelo partido.
(Com Agência Brasil)
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