LAUDO MÉDICO
Deputado Paulo Maluf após exame de corpo-delito na última sexta-feira, em Brasília (Adriano Machado/Reuters)
Laudo médico produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) reconheceu que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) tem doença grave e permanente, mas que pode ser tratado dentro do Complexo Penitenciário da Papuda,
em Brasília, onde se encontra preso. A defesa de Maluf apresentou
pedido de prisão domiciliar humanitária em virtude da idade do deputado,
86 anos, e do seu estado de saúde.
Os médicos legistas confirmaram que o deputado e ex-prefeito de São Paulo possui uma doença degenerativa na coluna lombar, sem cura, e câncer na próstata.
Entre os itens que são necessários para que ele seja atendido no
presídio, os peritos Hildeci José Rezende e Gustavo Edreira Neves
anotaram o uso de muleta, de um leito adequado à sua coluna e de
atendimento de um especialista na área de oncologia urológica.
Diante do laudo, o juiz Bruno Macacari, da Vara de Execuções
Penais do Distrito Federal, reiterou pedido ao diretor do Centro de
Detenções Provisórias (CDP) da Papuda, José Mundim Júnior, confirme as
condições estruturais do presídio para decidir se concederá ou não a
prisão domiciliar. Na última sexta-feira, o juiz havia negado liminarmente que Maluf fosse para casa até que ele passasse pelo exame detalhado no IML.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que
defende o ex-prefeito de São Paulo, afirma que o laudo “apenas vem a
corroborar o que a defesa vem reiteradamente afirmando, no sentido de
que o deputado Paulo Maluf está sim acometido de doenças graves e
permanentes, no caso, a recidiva de câncer de próstata e alterações
degenerativas na coluna lombar, com necessidade de cuidados especiais”.
Ele também argumenta que a presença de doenças cardíacas, também
apontada pela defesa, não foi abordada pelo laudo.
Kakay lamentou a decisão do juiz Bruno Macacari, que negou
ao assistente da defesa o direito de ter acesso pessoal a Maluf para
acompanhar o exame no IML. “Tal indeferimento é incompreensível e atenta
contra o direito de defesa”, argumentou. O magistrado da vara de
execuções alegou, em despacho, que o médico indicado pelos advogados do
ex-deputado não chegou ao instituto a tempo do exame.
O advogado diz que segue “convicto” de que uma eventual
negativa da prisão domiciliar será prejudicial ao estado de saúde de
Paulo Maluf. “A defesa segue convicta de que uma negativa da prisão
domiciliar fatalmente impõe graves prejuízos à saúde do parlamentar,
além de significar sofrimento desnecessário e desproporcional a um
cidadão de 86 anos de idade, em claro ataque à dignidade da pessoa
humana”, concluiu.
(Adriano Machado/Reuters)
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