Indulto de natal assinado por Michel Temer foi suspenso de maneira parcia
Brasília - Após encontro do ministro da Justiça, Torquato Jardim, com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, o titular da pasta afirmou, por meio de nota publicada nesta tarde de sexta-feira, que o governo não vai editar um novo decreto de indulto de Natal.
O primeiro foi suspenso parcialmente pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, na quinta-feira, após solicitação da Procuradorira-Geral da República sob o argumento de que o benefício favoreceria a impunidade.
"O governo aguarda, em face do exposto, que o Supremo
Tribunal Federal possa decidir o mais breve possível sobre o tema", diz o
texto. O titular da Justiça disse na quinta, antes da decisão de Cármen
Lúcia, que não havia chance de recuo, "salvo por ordem judicial" do
Supremo.
A suspensão dos trechos deve valer até o exame do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no STF, ou pelo plenário do Supremo. O STF volta às atividades no dia 1° de fevereiro de 2018.
decisão de Cármen Lúcia suspendeu indulto de Natal concedido por Temer
Segundo auxiliares do presidente, uma das possibilidades
diante da suspensão do decreto estabelecida por Cármen Lúcia seria
adequar o texto aos termos da decisão proferida pela ministra.
Apesar de acatar a decisão do STF, o Ministério da Justiça pondera que a decisão da magistrada "impede, neste momento, que milhares de condenados por crimes sem grave ameaça ou violência à pessoa possam beneficiar se do indulto, contrariando a nossa tradição".
Cármen Lucia considerou inconstitucionais pontos da medida e justificou sua decisão afirmando que o indulto não pode ser "instrumento de impunidade". "Indulto não é prêmio ao criminoso nem tolerância ao crime. Nem pode ser ato de benemerência ou complacência com o delito", alegou.
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