MAIS UM SOLTO
Anthony Garotinho saiu do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (TV Globo/Reprodução)
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) foi solto na noite desta quinta-feira. Ele estava preso
desde o dia 16 de novembro, por decisão do juiz eleitoral Ralph
Manhães, da 100ª Vara Eleitoral de Campos dos Goytacazes (RJ). Na noite
de quarta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus ao político.
Garotinho já havia recorrido, sem sucesso, ao Tribunal
Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). Com o recesso do
Judiciário, Gilmar Mendes está de plantão no TSE, o que permite que ele
delibere medidas que considere urgentes fora da sua relatoria — o pedido
de habeas corpus de Garotinho estava sob a responsabilidade do ministro
Jorge Mussi.
Preso na mesma ação que o ex-governador, o presidente nacional do PR, Antonio Carlos Rodrigues,
também deixou o presídio na noite desta quinta. Ele foi solto por um
recurso dos advogados Daniel Bialski, João Batista Augusto Junior e
Bruno Borragine ao Supremo Tribunal Federal (STF), acolhido antes do
recesso pelo ministro Dias Toffoli.
Em sua decisão sobre Garotinho, o ministro Gilmar Mendes
alega que, solto, o ex-governador não é “ameaça à ordem pública” e que
não há, na decisão das instâncias inferiores, nenhum fato que comprove a
possibilidade do político atrapalhar a tramitação da ação penal. “O TRE
simplesmente relata o modus operandi dos alegados crimes praticados
[…] sem indicar, concretamente, nenhuma conduta atual que revele,
minimamente, a tentativa de afrontar a garantia da ordem pública
ou econômica, a conveniência da instrução criminal ou assegurar a
aplicação da lei penal”, argumentou.
Ele também citou a decisão de poucas horas antes, da soltura
de Rodrigues e seu genro, Fabiano Rosas, por Toffoli. “Na espécie, o
decreto prisional, no tocante à garantia da ordem pública, em face da
necessidade de se interromper a atividade criminosa, não indicou
elementos concretos e individualizados em relação ao paciente, aptos
a necessidade de medida extrema”, escreveu Toffoli.
Garotinho foi preso em um desdobramento da Operação Chequinho, que investiga um esquema de compra de votos nas eleições de 2012, quando sua esposa, a também ex-governadora Rosinha Garotinho (PR),
foi eleita prefeita de Campos. A situação do ex-governador se agravou e
envolveu também o presidente do PR após a colaboração premiada do
executivo da JBS Ricardo Saud, que apontou doações ilícitas para a campanha de Garotinho ao governo do Rio em 2014.
( Veja.Abril.com.br)
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