sábado, 30 de dezembro de 2017

Turistas fogem e hotéis do RN colecionam cancelamentos com crise na segurança. De acordo com o administrador da rede de hotéis Holiday Inn em Natal, vendas para janeiro, fevereiro e março pararam há quase duas semanas, desde que violência se intensificou no estado

REFLEXO  NEGATIVO
 Holiday Inn Express Natal Ponta Negra
 Hotel Holiday Inn Express, em Natal, no bairro de Ponta Negra

A mais nova crise instaurada na segurança pública do Rio Grande do Norte vem apresentando resultados devastadores para o turismo potiguar. Nos últimos dez dias, desde que os militares do RN passaram a não sair às ruas do estado cobrando salários em dia e melhores condições de trabalho, a média de cancelamentos nos hotéis potiguares subiu assustadoramente e as vendas para os meses de janeiro, fevereiro e março, que historicamente eram elevadas por causa do verão, estão completamente paralisadas há quase duas semanas.

Os dados apresentados foram repassados pelo empresário George Gosson, que administra a rede de hotéis Holiday Inn em Natal. Em contato com o Portal Agora RN, ele destacou que os números estão despencando drasticamente nos últimos dez dias e admitiu: nunca viu tanta exposição negativa do Rio Grande do Norte em tão pouco tempo. “Além do fato que é grave, tem o agravo de que está acontecendo em um período que existem poucas pautas nos grandes jornais. É um período muito difícil e péssimo para acontecer este tipo de situação”, contou.

De acordo com George, uma situação que tem contribuído para que os turistas desistam de visitar o RN nos próximos meses é o fato de que eles passaram a ser vítimas da criminalidade, vide o arrastão que aconteceu na última sexta, 29, em São Miguel do Gostoso, onde 80 deles entraram para a estatística. “Este caso foi o maior desastre possível e imaginável para o turismo do estado. Até pouco tempo nós ainda conseguíamos convencer as pessoas de que esse tipo de coisa não acontecia nos polos, mas depois disso vai ficar muito difícil”, lamentou.

 Na visão do empresário, a única saída para que a crise na segurança pública do RN não volte a acontecer está na resolução da situação fiscal do Estado. “Enquanto o financeiro não for equacionado, os problemas continuarão. Os militares estão aquartelados porque não receberam salários e nem têm estrutura adequada para trabalhar. Se isso não for resolvido, não vai adiantar de nada a gente vender o estado lá fora, afinal, a qualquer momento o turista pode se deparar com dias intensos de assaltos na cidade que escolheu para passar suas férias”, concluiu.

( Rodrigo Ferreira/AgoraRN)

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