O ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, concede entrevista após votar no bairro Jardim Everest, em São Paulo (SP) (Mateus Bruxel/Folhapress)
A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal paulista de gestão do sistema rodoviário. Paulo Preto, o primeiro acusado do braço da operação no estado, responderá pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação.
Além dele, também foram denunciados Tatiana Souza Cremonini, filha do ex-diretor, dois ex-funcionários da estatal e a filha de um dos dois. Paulo Vieira de Souza já foi citado por delatores como um possível operador de propinas para o PSDB em São Paulo, o que, até o momento, não foi provado.
Para executar o esquema, a quadrilha teria inserido no sistema da empresa, como beneficiários, cerca de 1.800 pessoas que não teriam direito ao que receberam: auxílios, indenizações e até apartamentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU). Na lista, seis empregadas de Paulo Preto: três babás, duas domésticas e uma funcionária alocada na empresa de um genro seu.
Em outro dos casos, chegou a ser criada, no projeto de uma obra, uma área fictícia na qual eram inseridos os cadastros dos beneficiários falsos. A terceira situação citada pelo MPF é a obra de prolongamento da avenida Jacu Pêssego, realizada pela Dersa, de onde teria saído a maior parte do dinheiro do dinheiro do esquema, 6,3 milhões de reais.
Defesa
O advogado Daniel Bialski, que representa Paulo Vieira de Souza, afirmou que “esta denúncia é contrária à própria conclusão da auditoria interna e investigações internas que inocentaram Paulo Vieira de Souza, de qualquer ato ilícito ou favorecimento a quem quer que seja”.“Igualmente, a denúncia não se ampara nos elementos informativos colhidos no inquérito policial que mostraram que ele não cometeu qualquer crime”, conclui.
Em nota, a Dersa e o governo de São Paulo se disseram “os grandes interessados quanto ao andamento das investigações”. A empresa completa que “reforça seu compromisso com a transparência e permanece à disposição dos órgãos de controle para colaborar com o avanço das apurações”.
Leia a íntegra da nota:
A Dersa – Desenvolvimento Rodoviário S/A e o Governo do Estado de São Paulo são os grandes interessados quanto ao andamento das investigações. A Companhia esclarece ainda que em 2011 organizou seu Departamento de Auditoria Interna, instituiu um Código de Conduta Ética, cuja adesão é obrigatória para todos os funcionários e contratados, e também abriu canais para o recebimento de denúncias que garantem o completo anonimato da fonte. Parte relevante das informações que embasam a denúncia do Ministério Público foi obtida internamente como fruto deste trabalho. A Empresa reforça seu compromisso com a transparência e permanece à disposição dos órgãos de controle para colaborar com o avanço das apurações.
(Com Estadão Conteúdo)
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