Sergio Moro e Jair Bolsonaro - AFP
Brasília - A delegada
da Polícia Federal Christiane Correa Machado, encaminhou, na última
sexta (19), um ofício ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal
Federal (STF), pedindo que o decano determine o depoimento presidente
Jair Bolsonaro (sem partido) no inquérito que apura se o chefe do
Executivo tentou interferir politicamente na PF para blindar aliados e
familiares de investigações, como alegou o ex-ministro Sérgio Moro ao
deixar o governo.
No ofício, a delegada afirma que 'as investigações se
encontram em estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias
torna-se necessária a oitiva' de Bolsonaro.
O inquérito Moro X Bolsonaro pode levar à
apresentação de uma denúncia contra o presidente da República e até
mesmo ao seu afastamento, caso o Congresso dê aval ao prosseguimento de
uma eventual acusação.
Fontes que acompanham o caso avaliam que Bolsonaro
pode ter o direito de prestar depoimento por escrito, como foi o caso do
então presidente Michel Temer no inquérito dos Portos, que respondeu a
50 perguntas da PF sobre as investigações. A decisão final, no entanto,
será de Celso de Mello.
Conforme mostrou o Estadão no mês passado, parte dos
investigadores que atuam no inquérito avalia que, até o momento, não
foram encontradas provas que o incriminem e aponta que a tendência é que
o procurador-geral da República, Augusto Aras, peça o arquivamento do
caso.
O entendimento desse grupo é o de que, neste momento,
as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro provocam mais
estrago político do que jurídico para Bolsonaro.
O Estadão ouviu reservadamente quatro fontes que acompanham os desdobramentos do inquérito, que está sob a relatoria de Celso de Mello. Segundo essas fontes, não ressoa na cúpula da PGR a avaliação de que é "devastador" o vídeo da reunião de Bolsonaro com o primeiro escalão.
O Estadão ouviu reservadamente quatro fontes que acompanham os desdobramentos do inquérito, que está sob a relatoria de Celso de Mello. Segundo essas fontes, não ressoa na cúpula da PGR a avaliação de que é "devastador" o vídeo da reunião de Bolsonaro com o primeiro escalão.
No encontro, Bolsonaro disse: "Não vou esperar f.
minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso
trocar alguém da segurança (…) Vai trocar (…) e ponto final. Não estamos
aqui para brincadeira."
Indicado ao cargo por Bolsonaro, o procurador-geral da República, a quem cabe apresentar ou não denúncia contra o presidente, vê com cautela o material apresentado até agora ao Supremo, segundo interlocutores
Indicado ao cargo por Bolsonaro, o procurador-geral da República, a quem cabe apresentar ou não denúncia contra o presidente, vê com cautela o material apresentado até agora ao Supremo, segundo interlocutores
(Por:Estadão Conteúdo)
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