Considerado o primeiro aliado do
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), a ser exonerado do
governo Dilma, o ex-presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde)
Henrique Pires afirmou nesta quinta-feira (24) que sua demissão do cargo
é uma “retaliação” ao PMDB.
“A minha saída é uma retaliação ao PMDB e
não ao Temer [Michel Temer], pois a Funasa era um cargo do partido. Nem
o ministro Marcelo Castro [da Saúde] foi avisado”, disse Henrique
Pires.
No cargo há um ano e 11 meses, o piauiense Henrique Pires chegou ao posto numa indicação do vice-presidente Michel Temer.
Na convenção nacional do partido, em 12
de março, o PMDB proibiu filiados de assumir novos cargos no governo
federal. Segundo Henrique Pires, após o encontro, ele colocou à
disposição seu cargo para o governo Dilma Rousseff.
“Soube da minha exoneração ontem por
telefone do Palácio do Planalto. Não foi surpresa, pois já tinha
colocado à disposição meu nome. Não podia continuar, devido as mudanças
que estavam ocorrendo sem minha autorização”, disse Henrique Pires.
Ele criticou a conduta do governo de
trocar coordenadores técnicos por indicações políticas, mas disse que
sai “sem mágoas” do governo Dilma.
“Eu acho importante os cargos políticos,
o que não aceito é tirar um nome técnico que tem mais de 20, 30 anos na
Funasa e colocar nome político. Sou servidor da Funasa há 10 anos,
tenho conhecimento da casa, o presidente sou eu, o CPF é o meu. Então,
não tinha como fazer as mudanças. Que colocassem pelo menos servidores
públicos e não pessoas que nunca exerceram o serviço público”,
desabafou.
Henrique disse ainda que o governo irá
indicar para a pasta um nome do PTN do Maranhão. O cargo de Henrique
Pires foi assumido interinamente por Márcio Endles Lima Vale, do PTN.
A exoneração de Pires é tida como uma
provocação a Temer, que marcou para o dia 29, próxima terça-feira, a
reunião que vai decidir se o PMDB sai ou fica no governo Dilma.
Folha Press
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