“Quero agradecer a Deus, a minha família querida e meus companheiros que marcharam ao meu lado fazendo com que essa vitória fosse possível. Agradeço a todos que levaram o nosso projeto aos eleitores. Peço a Deus que essa modesta vida pública possa deixar para todos os cariocas esse exemplo de que sempre chega nossa vez quando a gente não desiste”, disse.
Crivella citou Deus cinco vezes em seu discurso de pouco mais de oito minutos. O senador também não deixou de prestar sua homenagem ao prefeito Eduardo Paes, cujo candidato a sucessor, Pedro Paulo Carvalho, não chegou ao primeiro turno: “Quero parabenizar o candidato Freixo por sua luta, e também ao prefeito Paes, que me ligou. Também quero agradecer a toda a igreja Católica que nos apoiou vencendo uma onda enorme de preconceito difundido por parte de uma mídia facciosa”, continuou.
Depois, na quadra do Bangu, Crivella sambou, cantou e falou novamente sobre os ataques sofridos durante a campanha por sua ligação com a igreja Universal, do seu tio, o bispo Edir Macedo. Ao citar acusações de ser machista e ultraconservador, disparou: “Nós não somos membros de um convento de pudicos, mas uma síntese do povo carioca. Nós fomos massacrados”.
Crivella voltou a criticar a imprensa e a alfinetar Marcelo Freixo. “Chega dessa agenda Fora Temer, nós queremos recursos. Se o povo do Rio quisesse que essa cidade se transformasse numa luta politica, teria votado no outro candidato. Não à legalização do aborto. Não à legalização das drogas. Não à ideologia de gênero da criança”, bradou, arrancando aplausos do público.
Do discurso mais moderado que o acompanhou na campanha, restou apenas a afirmação de que não “governará com revanchismo”: “Eu não quero saber de injúria. O que disseram de mim ficou para trás. Vamos concentrar todas as nossas energias a causa do Rio de Janeiro”. Crivella terminou seu discurso rezando um “Pai Nosso” e repetiu, mais uma vez, a palavra “amém”.
O discurso de Crivella foi acompanhado por políticos que lhe apoiaram durante a campanha, como Clarissa Garotinho (PR), os tucanos Otávio Leite e Carlos Osório, Indio da Costa (PSD), Flavio e Jair Bolsonaro (PSC). Também estiveram presentes o peemedebista Jorge Felippe, presidente da Câmara Municipal e Rodrigo Bethlem, ex-secretario de Paes, acusado de corrupção.
Bethlem, que andava entre as pessoas sem chamar muita atenção, disse que não fará parte do governo de Crivella. “Vou ajudar no que ele precisar, mas não serei secretário”, afirmou à VEJA.
Expulso do governo de Paes por ser acusado de desvio dinheiro, ele falou em “justiça divina” ao ser questionado sobre a sensação de ver Crivella vencer a cidade que durante oito anos foi do PMDB. “A justiça divina fala por tudo. Eu vou provar que fui injustiçado. O tempo é senhor da razão”, disse.
Apesar de ter apoiado o senador, Bethlem diz que agora está fora da política e que se dedica a projetos particulares.
Cacique do PMDB, Jorge Felippe, também presente, falou sobre seu apoio ao candidato. “Ele era o candidato que melhor se aproxima do diálogo, e no parlamento nos preconizamos o diálogo. Achamos que ele terá a grandeza de saber construir essa relação com o parlamento”, avisou.
Por Luisa Bustamante/Veja
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