sábado, 29 de outubro de 2016

Mais uma noite de ataques no debate em Belo Horizonte. João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) repetem acusações de encontros anteriores e pouco avançam em propostas

ELEIÇÕES 2016- BELO HORIZONTE/MG
O início do debate desta sexta-feira em Belo Horizonte quase convenceu de que seria diferente. João Leite (PSDB) perguntou sobre propostas para a saúde. Alexandre Kalil (PHS) questionou o adversário sobre políticas de urbanização. Mas durou pouco. Já na terceira rodada de perguntas, começaram os ataques e o nível do debate caiu mais uma vez, como havia acontecido nos encontros de RedeTV, Record e Diários Associados no segundo turno.

O candidato tucano insistiu na estratégia de enfatizar as pendências jurídicas de Kalil, como sua multa de IPTU e processos trabalhistas movidos por ex-funcionários de sua empresa de engenharia. “Vou fazer um cerco em cima de sonegador rico que não paga IPTU em Belo Horizonte. Hoje, os documentos trazem que Kalil deve 1,2 milhão de reais à prefeitura. Com isso, dá pra eu colocar 12 mil crianças se alimentando por um ano em Belo Horizonte”, afirmou Leite

Kalil, por sua vez, insistiu na associação que assombra o candidato tucano desde sua primeira campanha para prefeito, em 2000: a de que Leite “defende bandido”. Como deputado estadual, o candidato do PSDB foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais e por esse fato recebeu a pecha.

O ex-cartola do Atlético-MG levou uma lista de nomes que, segundo ele, seriam de estupradores que foram liberados da cadeia após a atuação de Leite. “Quem solta presos é o juiz da cara criminal. Vai estudar, Kalil”, respondeu o tucano.

Até o casamento de João Leite virou assunto para briga entre os candidatos. Kalil afirmou que o ex-goleiro do Atlético lhe pediu dinheiro emprestado na época em que queria se casar. Segundo João Leite, isso aconteceu porque seus salários no clube, presidido pelo candidato do PHS de 2008 a 2014, estavam atrasados.

Um único tópico levou os candidatos a se posicionarem no debate: as ocupações urbanas da cidade, que abrigam milhares de famílias em BH e região metropolitana e são alvos constantes de processos judiciais.

Kalil garantiu que não vai retirar essa população dos terrenos hoje irregularmente ocupados: “Você que está aí numa ocupação, fica tranquilo, ninguém vai te tirar daí”.

Já o tucano afirmou que esteve presente em todas as reintegrações de posse feitas durante seus mandatos como deputado estadual e que buscará acordos entre moradores e a Justiça. “Essa é uma cidade de marcos legais, não dá para afrontar a Justiça de Belo Horizonte.”

De acordo com a última pesquisa Ibope, o candidato do PHS tem 39% das intenções de voto, contra 36% do tucano.

 Por Gabriela Terenzi/Veja

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