Freixo começou o debate perguntando sobre o tema mulher: “Você recentemente disse que as mulheres têm que obedecer mais aos homens porque, afinal de contas, são pedaço desse homem”, afirmou. “Quando eu falei da mulher ser um pedaço do homem, isso é uma parte da Bíblia. Não fala que é nem da cabeça, nem dos pés, é exatamente para ser igual, este é o princípio, servo igual, parceira. Assim que eu levo meu relacionamento com a minha mulher”, respondeu o Crivella. Freixo rebateu: “Ter uma ideia dessa em pleno século 21 que a mulher tem que ser submissa é grave. O preconceito alimenta a violência”.
Em outra oportunidade de questionar, o candidato do Psol levantou a acusação de que correligionários de Crivella fizeram ameaças à viúva do pedreiro desaparecido Amarildo de Souza. Segundo denúncia feita por Elizabete da Silva, ela teria sido coagida a gravar um depoimento contra Marcelo Freixo, que organizou eventos para arrecadar dinheiro para a família. “Vale qualquer coisa para ser prefeito, Crivella?”, disse Freixo, acrescentando: “Esse assunto é sério e você não deveria fazer brincadeira com isso. Eu sempre ajudei aquela família enquanto você estava ao lado do então governador Sérgio Cabral”. Na resposta, o senador afirmou ser “difícil a gente conter a militância depois de Freixo ter feito tantas ameaças e acusações infundadas”.
A todo momento Freixo tentou ligar Crivella a aliados controversos como o ex-governador Anthony Garotinho e o ex-secretário de Eduardo Paes, Rodrigo Bethlem. Mas o foco principal do candidato do Psol era ressaltar a existência de um projeto de poder da Igreja Universal. “O Freixo só fala isso no seu programa de televisão, quero esclarecer que igreja não tem projeto político nenhum, absolutamente”, devolveu Crivella.
O psolista, então, subiu o tom. “É evidente que há um projeto de poder. Os integrantes do seu partido, o PRB, são quase todos bispos da igreja. Quando você foi ministro da Pesca, não faltou peixe da sua igreja no ministério. Muitos dos seus assessores eram bispos”, afirmou. O candidato do PRB, que passou a campanha tentando desvincular a sua imagem da Universal, respondeu: “Meu Deus do céu, o Freixo não desiste. É uma obsessão. Há três semanas que ele fala disso. Você em casa não está preocupado com a minha religião. Você está preocupado com saneamento, transporte”. Depois de uma série de questionamentos feitos por Freixo, Crivella lançou mão de mais uma ironia. “O Freixo quer ser meu biógrafo”, disse.
Por Cecília Ritto Thiago Prado/Veja
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