O repasse no Brasil foi negociado com o ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), próximo de Serra. No exterior, a negociação foi feita com o também ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD), que era da coordenação política da campanha de Serra.
Ainda de acordo com o jornal, o caixa dois foi mencionado por dois executivos da Odebrecht nas negociações de acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, e com a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. Eles são: Pedro Novis, ex-presidente do conglomerado, entre 2002 e 2009, e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais.
A Odebrecht promete entregar aos investigadores os comprovantes de depósitos feitos na conta no exterior e também no Brasil.
Os executivos da empreiteira disseram que o valor do caixa dois foi acertado com a direção nacional do PSDB. O partido, depois, teria distribuído parte do repasse a outras candidaturas.
À Folha, Serra, atual ministro de Relações Exteriores, disse, por meio de sua assessoria, que “não vai se pronunciar sobre supostos vazamentos de supostas delações relativas a doações feitas ao partido em suas campanhas”. Ele também reiterou que “não cometeu irregularidades”.
O empresário Ronaldo Cezar Coelho declarou que não comentará o assunto até ter acesso aos relatos feitos pelos executivos da empreiteira que citam o seu nome, mas negou que tenha feito arrecadação para Serra. “Como fundador do PSDB, Ronaldo Cezar Coelho participou de todas as campanhas presidenciais da sigla”, disse Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado de defesa do ex-parlamentar.
Márcio Fortes não foi encontrado pelo jornal para comentar o assunto. A Odebrecht, por sua vez, afirmou que não vai se manifestar a respeito.
por:Veja
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