TERREMOTO NA ITALIA
ROMA — Um forte terremoto, com magnitude preliminar de 6.6 graus na
escala Richter, sacudiu a região central da Itália neste domingo,
provocando o colapso de ainda mais construções que já haviam sido
abaladas por tremores nos últimos dois meses. Ainda não há registros de
mortos.
— Nenhuma morte foi reportada, mas existem pessoas feridas
— disse Fabrizio Curcio, do departamento de defesa civil, destacando
que apenas uma pessoa está em situação grave
O centro sismológico
da Europa e Mediterrâneo indicou magnitude preliminar entre 6.6 e 6.5
graus, com epicentro a 132 quilômetros a nordeste de Roma, às 7h40, pelo
horário local.
A Basílica de São Bento, em Nórcia, foi devastada
pelo terremoto, informaram monges. Imagens transmitidas pela televisão
mostraram um dos lados da igreja reduzido a escombros. Outra igreja no
centro da cidade também foi destruída.
CIDADES VAZIAS EVITARAM MORTES
O
tremor deste domingo foi mais forte que o do dia 24 de agosto, que
matou cerca de 300 pessoas. Desde então, o país vem sendo sacudido por
inúmeros terremotos de menor intensidade, incluindo dois particularmente
fortes na última quarta-feira.
Essa sequência de tremores pode
ter ajudado a salvar vidas neste domingo. Muitas pessoas ainda estão
dormindo em carros ou foram evacuadas para alojamentos e hotéis nas
áreas afetadas anteriormente, deixando os centros históricos, mais
vulneráveis a danos pelos abalos, praticamente sem moradores.
— O
abalo desta manhã atingiu as poucas coisas que ainda estavam de pé —
disse Michele Franchi, vice-prefeita de Arquata del Tronto. — Nós vamos
ter que começar do zero.
Os serviços de emergência italianos
informaram danos graves em diversas localidades nas regiões centrais de
Marche e Umbria. A emissora estatal RAI informou que três pessoas foram
resgatadas na cidade de Ussita, mas sem relatos de mortes.
TREMOR FOI SENTIDO EM ROMA
O
tremor foi sentido desde cidades ao norte, como Bolzano, perto da
fronteira com a Áustria, ao extremo sul da península, como em Puglia. Na
capital Roma o abalo foi intenso. Autoridades chegaram a fechar o
sistema de metrô para checagem por danos estruturais.
Por estar na
fronteira de duas grandes placas tectônicas, o Mediterrâneo tem grande
atividade geológica e fortes tremores são recorrentes. Um dos primeiros
registros de grandes abalos no país aconteceu em 1693, na Sicília, com
magnitude estimada de 7,4, deixando cerca de 60 mil mortos. O mais
mortal, também na Sicília, matou entre 75 mil e 200 mil pessoas em 1908.
A
Itália tem ao menos 12 vulcões, sendo três deles considerados ativos: o
Monte Etna, o Vesúvio e o Stromboli. E a atividade tectônica formadora
dos vulcões também atuou na formação da cordilheira dos Apeninos, cadeia
montanhosa que se estende por 1.200 quilômetros ao longo da Península
Itálica, erguida ao longo do tempo por sedimentos depositados no limite
de microplacas tectônicas convergentes.
O último grande tremor a
abalar a Itália antes da série de abalos deste ano aconteceu em abril de
2009, com epicentro em Áquila. Com magnitude de 6,3 graus, o terremoto
provocou a morte de mais de 300 pessoas, com cerca de 1.500 feridos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário