Bandidos em frente a um quartel da Marina, na Penha, no Rio (VEJA.com)
Avenida Brasil, 10.940. O endereço do Centro de
Instrução Almirante Alexandrino (CIAA), na Penha, zona Norte do Rio, é a
porta de entrada de quem sonha ingressar na Marinha brasileira. Há
anos, no entanto, a unidade convive com uma incômoda ameaça: os
traficantes da Favela Kelson’s. A qualquer hora da noite ou do dia,
criminosos fortemente armados desfilam pela região, deixando os próprios
militares acuados, dentro ou fora dos quartéis.
Desde ontem, duas imagens circulam nas redes sociais e
mostram, de forma inequívoca, quem é que dita as regras no pedaço. Em
uma delas, o criminoso com o fuzil nas mãos passa pelo muro do CIAA,
atras do poste e ao lado de uma barricada feita com concreto dentro de
latões de lixo e trilho de trem. A foto foi feita justamente por um
sentinela pela brecha de uma das torres de segurança. “A ordem é para
não atirar. Só agimos se tentarem entrar na unidade. Do muro para fora é
com a PM”, afirma um sargento da Marinha.
A outra foto é ainda mais impressionante. Também feita à luz do dia,
ela mostra o encontro de 11 criminosos na esquina da Kelson’s, todos
armados com fuzis, vários com mochilas, carregadores, pistolas.
A convivência com este incomodo vizinho não é novidade para os
militares. Em março de 2014, quatro homens armados com fuzis e pistolas
invadiram a unidade militar tentando escapar de uma operação policial do
Bope na favela. O grupo acabou rendido e preso. “Mas é um tabu isso
aqui. Ninguém pode falar do assunto, e ao mesmo tempo ninguém toma uma
providência para expulsar o trágico da nossa porta”, diz outro militar
que serve na unidade.
(
Leslie Leitão/Veja.com)
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