Novos velhos tempos: não é um retrocesso aos anos sem cuidado da era pré-aids, mas há um evidente desleixo (Roberto Setton/VEJA)
Entre os anos 80 e 90 do século passado, a
aids impôs mudanças abissais no comportamento sexual — o medo da
contaminação fez reduzir o número de parceiros e levou às carteiras e
bolsas o preservativo. Bastou que a epidemia fosse controlada para o
pavor recuar. E, no vácuo desse recuo, veio o desleixo nos necessários
cuidados: pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) feita com mais de 100.000 alunos do 9º ano do ensino fundamental,
entre 13 e 15 anos, mostra que, em 2015, 66% tinham usado camisinha na
última relação sexual — uma redução preocupante em relação a 2012,
quando 75% revelaram ter posto o preservativo. O infectologista Artur
Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, afirma: “Os
jovens estão deixando de se cuidar porque simplesmente não temem as
doenças transmitidas pelo sexo”. O dado assustador: no Brasil, os casos
de aids nos adolescentes entre 15 e 19 anos cresceram de 2,8 para cada
100 000 habitantes em 2006 para 5,8 a cada 100 000 pessoas em 2015.
( Giulia Vidale/Veja.com)
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