

René Ariel Dotti, advogado da Petrobras na Lava Jato, contou, ao Estadão: “A Lava Jato, no meu entendimento, interrompeu um golpe de estado… O PT ia fazer um golpe de estado, na medida em que estava corrompendo grande parte do Congresso e colocando gente no Supremo Tribunal Federal para ter uma continuidade de poder, um projeto de poder. Porque não havia quem votasse contra.”
Ele ainda disse: “O que o PT fez, não a
parte de corrupção, a parte de organização foi pensando em tomar o
Estado, tomar o poder do Estado. Não é só o poder da assembleia, mas do
Estado. De que maneira? Defendendo uma doutrina que é comum ao interesse
público, que era naturalmente da ética, da moralidade, sensibilizar a
classe estudantil, fazendo com que pessoas, chamando pessoas, chamando
jovens, que é o que os partidos, em geral não fazem, que é chamar jovem,
porque tem que esse sentimento de rivalidade com o jovem, e o PT sempre
chamou os jovens. Reunia religiosos, reunia jovens, estendia em outras
camadas, que os partidos não faziam isso. Por isso os partidos perdiam
sistematicamente, não tinham mais apoio do povo. Aqueles grupos todos
que se multiplicam, igreja, universidade etc, o PT dominou muito bem, e
por isso teve o poder. E isso seria o golpe de Estado. Os partidos não
pensavam nisso, eram fisiológicos só. O interesse do deputado ou
senador, era o interesse de pegar o cargo, não era um interesse do
estado”.
Ao apontar os fatos, Dotti ajuda a
quebrar o mito dito por parte dos formadores de opinião de que os crimes
do PT se limitam à corrupção, na tentativa de esconder crimes piores –
como uso da corrupção para projetos totalitários – e colocá-los no mesmo
nível de partidos que fizeram corrupção mas não empreenderam projetos
totalitários.
(por: Jornal do País)
Nenhum comentário:
Postar um comentário