sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Seleção acorda no 2º tempo e vence Equador na ‘estreia da Copa.’ Apático no início, time acelerou no complemento e, com gols de Paulinho e Coutinho, garantiu título simbólico das Eliminatórias

ELIMINATÓRIAS DA COPA
 Público durante partida entre Brasil e Equador, Válida pela 15ª rodada das Eliminatórias Sul-americanas da Copa do Mundo de 2018 - 31/08/2017
 Público durante partida entre Brasil e Equador, Válida pela 15ª rodada das Eliminatórias Sul-americanas da Copa do Mundo de 2018 - 31/08/2017 (Pilar Olivares/Reuters)
 Philippe Coutinho comemora gol contra o Equador, em Porto Alegre
 Philippe Coutinho comemora gol contra o Equador, em Porto Alegre (Pilar Olivares/Reuters)
 
 Paulinho e Coutinho foram os destaques da partida em Porto Alegre (Pedro Martins/Mowa Press)

Sob o lema “A Copa já começou”, o técnico Tite  garantiu que a seleção brasileira não tiraria o pé do acelerador depois de ter garantido classificação ao Mundial da Rússia em 2018. Não houve falta de empenho, mas pouca inspiração, sobretudo na primeira etapa. A vitória por 2 a 0 sobre o Equador, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, pela 15ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, foi garantida no segundo tempo, sem nenhum susto na defesa, e com gols de Paulinho e Philippe Coutinho.

O Brasil, assim, manteve 100% de aproveitamento em nove partidas sob o comando de Tite na competição. De quebra, conquistou o título simbólico das Eliminatórias com três rodadas de antecedência: com 36 pontos, não poderá ser alcançado pelo segundo colocado, a Colômbia, que tem 25. Uruguai, com 24 e Chile, com 23, completam a zona de classificação direta. A Argentina, também com 23, está na zona de repescagem, em 5º, a três rodadas do fim.

Apesar da boa fase da seleção, o alto preço dos ingressos (160 a 500 reis) espantou o público: 36.869 torcedores foram à arena gremista ver a seleção, quase 20.000 a menos que a capacidade total. A renda ultrapassou 7 milhões de reais. A torcida foi fria, assim como o clima na capital gaúcha, na maior parte do tempo, mas animou com a melhora da seleção na segunda etapa. O gremista Luan, que entrou na segunda etapa, foi o mais festejado, ao lado de Neymar, que teve atuação irregular, com jogadas de efeito, mas pouca efetividade e muito individualismo. O goleiro Alisson praticamente não tocou na bola.

Muita marcação, pouca inspiração

O primeiro tempo foi ruim, com a seleção equatoriana muito fechada e a seleção brasileira sem criatividade. A primeira boa chance até veio cedo, com Paulinho, aos sete minutos. O jogador recém-contratado pelo Barcelona invadiu a área, driblou três defensores e bateu firme, mas o goleiro Máximo Banguera fez grande defesa. Dois minutos depois, Willian, que ganhou a vaga de titular de Philippe Coutinho, bateu com perigo de fora da área. O time, porém, caiu de produção.

Neymar parecia incomodado com a forte marcação. Sem sucesso na ponta esquerda, onde mais gosta de atuar, inverteu lado com Willian, mas também foi mal e retornou à sua posição original. Chamou a responsabilidade e foi parado com faltas – na mais dura, Fidel Martínez recebeu cartão amarelo. Mas também perdeu a cabeça e recebeu amarelo por falta fora da disputa de bola em Pedro Velasco. Ele agora está pendurado para a próxima partida.

Aos 32 minutos, quando a torcida começou a pedir a entrada do gremista Luan, Gabriel Jesus recebeu livre na área e perdeu chance clara, novamente defendida por Banguera. Na sequência, Casemiro arriscou de fora da área e o goleiro equatoriano quase se complicou. O time visitante tentava conter o ímpeto do Brasil e abusava da “cera”, mas o árbitro deu apenas um minuto de acréscimo.

Copa, enfim, começa

A seleção melhorou na segunda etapa, quando Tite pôde fazer testes que gostaria. A primeira mudança foi por necessidade, no intervalo: Miranda, provavelmente lesionado, deu lugar a Thiago Silva. Neymar partiu ainda mais para cima dos zagueiros, por vezes abusando do individualismo, e novamente foi parado com faltas.

Aos 10 minutos, Daniel Alves deu ótimo cruzamento para Gabriel Jesus, que cabeceou bem, mas Banguera defendeu. Aos 12, Tite fez uma substituição ensaiada nos treinos e que mudou a partida: Coutinho mais centralizado que de costume, na vaga de Renato Augusto. O gol saiu pouco depois, com um dos destaques do jogo: após cobrança de escanteio, a zaga equatoriana falhou e a bola sobrou limpa para Paulinho, que chutou forte, sem chances para Banguera. Foi o quinto gol do agora jogador do Barcelona nas Eliminatórias.

A torcida, até então apática, esquentou, assim como todo o time.Aos 25 minutos, Willian e Neymar tentaram, mas pararam nas mãos de Banguera. O segundo gol saiu com o brilho do ataque brasileiro: Coutinho, sem nenhum sinal aparente de lesão (não vinha atuando pelo Liverpool alegando dor nas costas, enquanto negocia com o Barcelona) lançou Gabriel Jesus, que se livrou da marcação com um lençol, e escorou para o próprio Coutinho marcar.

Aos 38 minutos, Tite atendeu ao apelo da torcida e colocou Luan no lugar de Willian. O gremista foi bastante aplaudido e puxou alguns contra-ataques, mas não conseguiu brilhar. A imprecisão no passe final impediu a seleção de ampliar a vantagem. O lateral Marcelo, que foi capitão do time pela primeira vez, fez falta em Antonio Valencia e recebeu cartão amarelo. Ele estava pendurado e, por isso, não enfrentará a Colômbia na próxima terça-feira, em Barranquilla.

( Por Luiz Felipe Castro, de Porto Alegre/Veja.Abril.com.br)

Nenhum comentário:

Postar um comentário