PRIORIDADES
Jeso Caneiro / Flickr Palácio do Planalto
O presidente Michel Temer
sancionou nesta terça-feira, 2, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018,
com apenas um veto: a verba complementar de R$ 1,5 bilhão ao Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb). O texto será publicado nesta quarta,
3, no Diário Oficial da União.
A ampliação de recursos estava prevista em duas emendas apresentadas
pelos parlamentares durante a votação do orçamento, no Congresso.
Segundo o Planalto, o presidente vetou o repasse extra, lembrando que o
Fundo já tinha sido contemplado com aumento de cerca de R$ 14 bilhões,
em relação a 2017.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, minimizou o impacto de veto e
disse que o complemento da União ao Fundeb "está preservado". Segundo
ele, para contar com esse recurso adicional, seria preciso realocar
recursos dentro da pasta, o que implicaria em menos dinheiro para outras
áreas. "Não adianta dar mais recurso para uma área de tirar de outras,
como educação básica e universidades, por exemplo", afirmou ao Broadcast
Político.
"Temos um governo realista, com um orçamento cada vez mais realista", disse o ministro.
Caso
o recurso adicional fosse mantido, seria a primeira vez que a
compensação ultrapassaria o valor mínimo definido por lei. A
complementação da União ao Fundeb, destinada para a Educação dos estados
mais pobres do País, é uma das poucas despesas fora do teto de gastos.
Orçamento
A
proposta aprovada pelo Congresso contabiliza uma série de medidas de
ajuste que ainda não foram aprovadas pelos parlamentares e que podem
deixar um buraco de R$ 21,4 bilhões nas contas deste ano.
Para
atender aos inúmeros pedidos dos parlamentares, o relator-geral do
Orçamento de 2018, deputado Cacá Leão (PP-BA), fez cortes em uma série
de despesas propostas pelo Poder Executivo, incluindo programas sociais
como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Esses recursos, que
totalizaram cerca de R$ 5,3 bilhões, foram remanejados para atender às
demandas das bancadas, que queriam contemplar suas bases eleitorais,
sobretudo em ano de campanha. Só no MCMV, a perda foi de cerca de R$ 1
bilhão. O corte foi considerado necessário pelos parlamentares porque o
projeto chegou ao Legislativo com uma folga de apenas R$ 170 milhões
para o teto de gastos do ano que vem, deixando pouca margem de manobra.
O governo deve enfrentar dificuldades para equilibrar o Orçamento de
2018. Hoje, existe uma "folga" de aproximadamente R$ 2 bilhões, já que o
déficit projetado (R$ 157 bilhões) está abaixo do rombo de R$ 159
bilhões permitido pela meta fiscal. Um espaço insuficiente para
compensar qualquer frustração nas medidas de arrecadação ou um eventual
aumento de gastos.
(Com informações do Estadão Conteúdo.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário