sexta-feira, 28 de junho de 2019

‘Absurdo e inconcebível’: seleção detona o gramado do Grêmio. "Precisa dar três toques na bola para dominar", desabafou Tite

COPA AMÉRICA

Tite disse que atletas da frente, como Firmino, foram os que mais sofreram (Diego Vara/Reuters)

PORTO ALEGRE – As críticas da seleção brasileira ao gramado da Arena do Grêmio não foram as primeiras, mas foram as mais pesadas. O técnico Tite foi o mais claro em relação ao tema e tratou como “inconcebível” o estado do campo onde o Brasil eliminou o Paraguai nas quartas de final da Copa América, nos pênaltis, depois de um empate sem gols.
Tite havia evitado falar mal do estádio do clube que dirigiu antes da partida, mas rasgou o verbo depois da classificação. “Os atletas até me cobraram, que agora eu posso falar, e vou falar: é absurdo em um jogo de alto nível ter um campo com tamanha dificuldade para tocar. A bola entra no pivô é é preciso dar três toques para dominar. Alto nível não concebe, em qualquer lugar, esse tipo de gramado. Isso afeta a qualidade do espetáculo”, desabafou.
Segundo ele, os atletas de ataque foram os mais prejudicados, pois a bola fica “pipocando” na hora da finalização das jogadas. “Nos cobrem acerto de passe e finalização, é um direito, até porque cada um tem sua responsabilidade. Mas me dê condições de campo e de que vou poder fazer o meu trabalho de forma correta.” Tite admitiu ter vistoriado durante dois dias seguidos o gramado. “É inconcebível eu ter de fazer isso.”
O zagueiro Marquinhos confirmou a dificuldade. “O gramado quando não está em boas condições atrapalha a velocidade do jogo, tem de dar dois ou três toques para dominar, e tecnicamente é preciso estar mais concentrado para não pecar numa zona e risco.” O meia Arthur, revelado no Grêmio, foi mais econômico nas críticas. “Já sabíamos que seria assim, o mais importante foi ter vencido.”
Antes dos atletas da seleção brasileira, integrantes das outras equipes, incluindo o argentino Lionel Messi, já haviam reclamado do estado do gramado. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, transferiu a responsabilidade à OAS, grupo que gere o estádio, mas admitiu a condição ruim, justificada pela falta de sol. 

(Por Luiz Felipe Castro/Placar)

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