CEARÁ-MIRIM
Vereador Luciano Morais da Silva é suspeito de participação em milícia e de ter encomendado um crime de homicídio.
Uma ação do Ministério Público (MP) prendeu nesta terça-feira (25),
Luciano Morais da Silva, vereador do município de Ceará-Mirim. Ele, que
também é advogado, é suspeito de envolvimento com uma milícia que atuava
na região e de ser o autor intelectual de pelo menos um assassinato
registrado na cidade.
Segundo as investigações do MP e da Força Nacional, Luciano Morais
encomendou o homicídio de Micarla Araújo do Nascimento, crime ocorrido
em 20 de outubro de 2016, por R$ 4.500. O crime teria sido motivado pelo
fato de Micarla fazer críticas à atuação de Luciano enquanto detentor
de cargo público e por, através de uma ordem dele, ter sido presa e
torturada. Luciano Morais já havia sido condenado a 4 anos e 8 meses de
prisão por essa tortura, crime cometido na época em que era secretário
de Defesa Social de Ceará-Mirim.
Micarla do Nascimento foi assassinada por volta das 18h30, em
Ceará-Mirim, após ser atingida por disparos de arma de fogo, todos na da
cabeça e pescoço. No dia do crime, ela foi até a Câmara Municipal no
período da tarde, momento em que ocorria sessão legislativa com a
presença de Luciano Morais e fez alguns comentários em relação ao
vereador. Ele chegou a ser aconselhada por uma servidora da Casa a
deixar o ambiente para evitar uma discussão, aceitando o conselho. Após
deixar o prédio, Micarla do Nascimento foi a pé para casa, sendo
abordada e executada a tiros por homens que ocupavam um carro.
As investigações do MP apontam que Luciano Morais entrou em contato
com vários membros relevantes do grupo de extermínio e contratou,
segundo relato de colaboradores, a morte de Micarla Araújo. Ela foi
assassinada por Damião da Costa Claudino, atualmente detido no presídio
federal de Catanduvas/PR; Diego Cruz Silva, presido do sistema
carcerário potiguar; Adilson Lima da Cruz, também detido no presídio
federal de Catanduvas; e ainda Jackson Botelho e Raimundo Bezerra de
Souza, ambos já falecidos.
O MP destaca a conduta delitiva do grupo, que não ofertou qualquer
espécie de chance de a vítima se defender, matando-a com um número
desproporcional de disparos, de forma cruel e desnecessária.
Em relação ao vereador Luciano Morais, o MP reforça ser uma pessoa
que pode se utilizar se cargo ou conhecimento, como advogado, para
coagir testemunhas e demais fontes de provas, sendo a prisão dele uma
medida imperiosa para o resguardo da regular instrução criminal.
O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco), órgão do MP, Fausto França ressaltou a importância
da prisão preventiva de Luciano Morais. “Essa prisão preventiva é
importante pela gravidade em concreto do crime e o temor que a situação
impõe às testemunhas do processo, o que impossibilita a realização de
uma instrução tranquila, caso o réu estivesse em liberdade. A
investigação aponta a alta periculosidade dele, fazendo-se necessária a
prisão”.
(Via:Nominuto.com)
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