APÓS PORTA-VOZ NEGAR
Presidente da República, Jair Bolsonaro - Eduardo Carmim/Parceiro/Agência O Dia
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro revogou os decretos de armas que
editou em maio para flexibilizar o posse e a porte de armas no País e
decidiu enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para tratar de
registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição e também
sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Os atos estão formalizados
em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada nesta
terça-feira.
A decisão de Bolsonaro ocorre em meio à ameaça do
Congresso Nacional de derrubar os atos presidenciais sobre armas. O
Senado já aprovou projetos que anulam os decretos de Bolsonaro e a
Câmara prometeu que o tema será votado esta semana na Casa, que deverá
seguir a mesma determinação dos senadores.
Mais cedo, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros,
disse que o presidente Bolsonaro não iria revogar o decreto de armas
contestado no Congresso, e nem colocaria "empecilho" para que os
parlamentares votassem a questão. "O governo não revogará, não colocará
nenhum empecilho para que a votação ocorra no Congresso Nacional",
disse, ao ser questionado sobre a possibilidade de o texto ser revogado
para que fosse editado um outro decreto específico para colecionadores,
atiradores desportivos e caçadores (CACs). O ministro da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, deve falar sobre o assunto ainda hoje. Nesta tarde, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que o governo compreendeu que o
melhor caminho é encaminhar um projeto de lei sobre armas.
A
edição extra do Diário Oficial traz três novos decretos sobre o tema. Um
deles revoga os dois decretos editados por Bolsonaro. O primeiro
decreto, de 7 de maio, gerou muitas polêmicas ao facilitar o porte de
armas de fogo não apenas os CACs e praças das Forças Armadas, como
inicialmente proposto pelo governo, mas também para uma série de outros
profissionais, como caminhoneiros, políticos, advogados, residentes de
área rural, profissionais da imprensa e políticos. Esse decreto também
facilitou o porte de fuzis para cidadãos comuns e praticamente liberou a
participação de crianças e adolescentes em aulas de tiro.
Semanas
depois, no dia 21 de maio, Bolsonaro resolveu editar novos decretos com
retificações no primeiro. Na ocasião, o governo federal disse que
alguns pontos do primeiro decreto, como a questão da liberação de fuzis,
foram mudados a partir de questionamentos feitos perante o Poder
Judiciário, no âmbito do Poder Legislativo e pela sociedade em geral.
(Por
Estadão Conteúdo)
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