EX-PRESIDENTE SEGUE PRESO
Ex-presidente Lula - AFP/Miguel SCHINCARIOL
Brasília - Após o voto do ministro Celso de Mello, o único indefinido, a
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta
terça-feira, por 3 votos a 2, manter preso o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), que cumpre pena desde abril do ano passado por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
A
maioria dos ministros rejeitou a possibilidade de Lula ficar livre até a
Segunda Turma concluir o julgamento sobre a atuação do ex-juiz federal
Sergio Moro. Os advogados do petista acusam Moro de "parcialidade" ao
condenar Lula e assumir um cargo depois no primeiro escalão do governo
Jair Bolsonaro.
A possibilidade de a Segunda Turma construir uma "solução intermediária"
para retirar Lula da cadeia mesmo sem concluir o julgamento da
suspeição de Moro foi antecipada hoje pelo Estadão
A defesa de
Lula acusa o ex-juiz da Lava Jato de "parcialidade" e de agir com
"motivação política" ao condená-lo no caso do triplex e assumir depois
um cargo no primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro.
Apesar
do processo que traz essas alegações ter sido apresentado ao Supremo no
ano passado, a defesa de Lula incluiu na ação conteúdo de mensagens
trocadas entre Moro enquanto era magistrado com procuradores da
força-tarefa da Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
As
conversas, segundo o site, sugerem que o então juiz teria orientado
investigações da operação. O ministro da Justiça de Bolsonaro, porém,
tem afirmado não ser possível garantir a autenticidade das mensagens,
pois não possui o aplicativo usado na época e não tem mais os registros.
Ele nega também qualquer atitude contra a lei.
Parlamentares do
Partido dos Trabalhadores desembarcaram em peso no STF para acompanhar
presencialmente a sessão. Entre os políticos que compareceram ao Supremo
estavam os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA) e
Humberto Costa (PT-PE), entre outros.
(Por
Estadão Conteúdo)
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