PLANO DE RECUPERAÇÃO
Secretário Aldemir Freire diz que RN terá repasse reduzido do FPE em julho
Das oito medidas possíveis de
serem adotadas para aderir ao plano de equilíbrio fiscal proposto pelo governo
e que prevê a concessão de empréstimos com garantia da União para estados com
dificuldades financeiras, o RN examina adotar entre quatro ou cinco.
A informação foi antecipada nesta sexta-feira, 21, pelo secretário de
Planejamento e Finanças do RN, José Aldemir Freire. A exigência é que a
unidade da Federação que aderir ao plano adote pelo menos três das oito
alternativas propostas de ajuste fiscal. Ainda segundo Freire, as que
vierem a ser adotadas pelo estado serão anunciadas pela governadora no
momento certo.
O projeto, que ajuda os estados
da Federação a pagarem seus passivos junto a servidores e fornecedores, foi
apelidado de Plano Mansueto, em referência ao seu criador, o secretário do
Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
Caso seja aprovada pelo
Congresso, a União poderá ser avalista de R$ 40 bilhões a serem captados pelos
estados junto a instituições financeiras nacionais e internacionais. Desse
montante, o RN estima ter direito a R$ 1,1 bilhão.
Entre as medidas propostas, ao menos uma já
está fora dos planos da governadora Fátima Bezerra. É a que trata da
autorização para privatização de empresas dos setores financeiro, de energia,
de saneamento, ou de gás, com objetivo de utilizar os recursos para quitação de
dívidas.
Entre as demais estão uma
redução dos incentivos ou benefícios de natureza tributária em 10% já no
exercício seguinte ao da assinatura do plano, além de suspensão das concessões
de novos incentivos ou benefícios tributários no período de duração do PEF.
Outra medida – que pode ou não
ser adotada – é a revisão do regime jurídico único dos servidores da
administração pública direta, autárquica e fundacional para suprimir benefícios
ou vantagens não previstas no regime jurídico único dos servidores públicos da
União.
Ainda segundo o secretário de Planejamento e
Finanças, o governo estadual já descartou o acesso aos R$ 400 milhões de antecipação
de royalties do petróleo e que a administração trabalha apenas com antecipações
menores da ordem de R$ 80 milhões.
Explicou que, dado ao risco de uma produção
menor de petróleo no estado, o acesso a grandes somas dessas antecipações tem
enfrentado o ceticismo dos agentes financeiros, que consideram excessivamente
otimistas as provisões da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Outro problema imediato,
segundo ele, é que o Rio Grande do Norte receberá logo em julho um dos menores
repasses para o mês de recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
“Mesmo que esse repasse se regularize nos meses seguintes, é mais um problema
que teremos que lidar”, acrescentou.
Freire lembrou que o atual
passivo de R$ 2 bilhões é “impossível de ser pago com o fluxo normal de
recursos em 2019 e 2020. Daí a necessidade de obter as receitas extraordinárias
para pagar a folha e fornecedores. Mas tudo depende do programa de recuperação
dos estados ser aprovado”.
Aldemir Freire disse que a
estratégia para enfrentar as dificuldades de 2019 é esperar pelo que vier das
receitas extraordinárias. “Queremos alongar nossa dívida de curto prazo para
mudar o perfil de endividamento”, sinalizou.
Só com o Banco do Brasil o
passivo do Estado é superior a R$ 110 milhões e a grande preocupação da gestão
Fátima é saber o que vai entrar liquido no caixa do governo.
“A expectativa de obter 400
milhões com a antecipação de royalties do petróleo já foi frustrado e espera-se
agora um montante muito menor”, antecipou o secretário Aldemir Freire.
Governo espera voltar a realizar investimentos com recursos próprios somente a partir de 2021
Hoje, os
investimentos do Estado são oriundos basicamente do Banco Mundial. Segundo o
secretário de Planejamento e Finanças, Aldemir Freire, “assim será neste ano e
no ano que vem, pois não existem recursos do Tesouro estadual”.
Segundo ele, só a partir do
segundo trimestre de 2021 essa situação poderá ser mudada.
Lembrou que a saída “é gerar
uma capacidade de poupança até lá para que se obtenha recurso para investimento
próprio ou se consiga captar recursos no mercado”.
O secretário de Planejamento
acrescentou: “Se fossemos quitar todo o nosso passivo com os fornecedores, a
gente não pagaria a mais ninguém em 2019. Daí, toda a negociação com o Tesouro
Nacional”.
Explicou que os Estados em
dificuldade são avaliados pela sua capacidade de pagamento com as notas A, B, C
e D.
“A nossa situação é nota C e
essa capacidade de pagamento tem três variáveis: endividamento de longo prazo;
capacidade de poupança e a liquidez”.
No caso de endividamento de
longo prazo, lembra que o RN tem nota A. “Nosso endividamento de longo prazo é
da ordem de R$ 2 bilhões, sendo que podemos ter endividamento de longo prazo,
sem perder a nota A, de R$ 6 bilhões”.
Contudo, ainda segundo Aldemir
Freire, o problema maior são as dívidas de curto prazo com servidores e
fornecedores.
“E o que nos atrapalha são
justamente esses índices de liquidez, pois quando é no final do ano os restos a
pagar são tão grandes que não resta nada no caixa para abater a dívida de R$ 2
bilhões”.
(Por:AgoraRN)
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