sexta-feira, 28 de junho de 2019

Drama e alívio: seleção se livra de fantasma dos pênaltis. Seleção brasileira pressionou durante todo o segundo tempo, mas só chegou à vitória nas penalidades. Agora aguarda Argentina ou Venezuela

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Alisson, goleiro da Seleção Brasileira, comemora após defender pênalti - 27/05/2019 (Buda Mendes/Getty Images)
Jogadores da Seleção Brasileira comemoram após derrotarem paraguaios na cobrança das penalidades máximas - 27/06/2019
Jogadores da Seleção Brasileira comemoram após derrotarem paraguaios na cobrança das penalidades máximas - 27/06/2019 (Ueslei Marcelino/Reuters)
Jogadores da Seleção Brasileira comemoram após derrotarem paraguaios na cobrança das penalidades máximas - 27/06/2019
Jogadores da Seleção Brasileira comemoram após derrotarem paraguaios na cobrança das penalidades máximas - 27/06/2019 (Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images)

PORTO ALEGRE – Com incríveis doses de drama e agonia, a seleção brasileirasegue na Copa América em casa. Depois de pressionar o Paraguai durante todo o jogo, especialmente na segunda etapa, quando ficou com um jogador a mais, o Brasil só chegou à classificação às semifinais com uma vitória nos pênaltis, depois do empate sem gols, para alívio dos mais de 45.000 torcedores que encararam o frio na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Com isso, espantou o “fantasma paraguaio” e agora espera o vencedor de Argentina e Venezuela, que se enfrentam nesta sexta-feira, 28.

Notícias ruins e um histórico negativo deixaram o jogo ainda mais nervoso para a seleção brasileira. O maior empecilho foi o estado do gramado, que era evidente mesmo à distância, não apenas pelas marcas de terra, mas também pela forma como a bola quicava. Além disso, o time não contou com Casemiro, suspenso, e Fernandinho, seu reserva imediato, que não se recuperou de lesão. O escolhido foi Allan, que pouco fez.

Além disso, o Paraguai tinha a seu favor o recente retrospecto de ter eliminado o Brasil nas edições de 2011 e 2015, ambas nos pênaltis. E deixou claro desde o início que toparia levar novamente à decisão para à marca penal. Historicamente marcado por defesas fortes, o Paraguai reforçou ainda mais o setor, ocupado por atletas conhecidos dos brasileiros e que se tornariam protagonistas do jogo, por diferentes razões: o goleiro Gatito Fernández, do Botafogo, e os zagueiros Gustavo Gomez, do Palmeiras, e Fabián Balbuena, ex-Corinthians, atualmente no West Ham. Na véspera, o técnico argentino Eduardo Berizzo admitiu que sua estratégia era defender bem e “lastimar” o Brasil nos contra-ataques. E obteve sucesso no primeiro tempo.
O Brasil teve maior posse de bola, mas falhou nas definições das jogadas. Gabriel Jesus, jogando aberto pela direita e em busca de seu primeiro gol no torneio, aparentou nervosismo e falhou em quase todas as tomadas de decisão. Jogando “em casa”, o gremista Everton foi o mais aplaudido e quem mais tentou dribles, mas também esteve impreciso.  Outro velho conhecido da torcida tricolor, Arthur, do Barcelona, ditou o ritmo com bons passes, mas ficou isolado na criação, com Philippe Coutinho mais avançado. Roberto Firmino também mal tocou na bola.
Com jogadores rápidos como Miguel Almirón e Derlis González, o Paraguai tentou explorar os espaços, mas esbarrou em uma defesa muito bem postada e concentrada – a frieza dos veteranos Daniel Alves, Thiago Silva e Filipe Luís impressionou e até arrancou alguns suspiros de admiração das arquibancadas. No entanto, foi o Paraguai quem teve a melhor chance da primeira etapa com Derliz González. Aos 28 minutos, o jogador do Santos recebeu livre e bateu forte para bela defesa de Alisson, outro gaúcho, também bastante aplaudido antes da partida. O time, porém, foi para o intervalo sob um misto de vaias e aplausos.
Tite mexeu, mas não alterou a estrutura: entrou Alex Sandro no lugar de Filipe Luís, que já tinha amarelo. O Brasil voltou melhor e teve a chance de gol logo aos nove minutos quando Gabriel Jesus deu uma linda arrancada, enfileirando defensores, e passou para Roberto Firmino chutar. O atacante foi derrubado por Balbuena e o árbitro chileno Roberto Tobar marcou pênalti. No, entanto, ao consultar o VAR, assinalou apenas falta fora da área e expulsou Balbuena. Na cobrança, Daniel Alves chutou forte, mas Gatito fez linda defesa.
Com um a mais, o Brasil teve controle absoluto do jogo, mas seguiu com dificuldades para infiltrar. Chegou perto em chute de Arthur, que seguiu os pedidos de Tite de finalizar mais, mas Gatito fez a defesa. Tite sacou Allan, apagado no jogo e colocou Willian na ponta-direita; Jesus passou para o centro da área para ajudar Firmino. O camisa 9 teve uma chance clara, depois de linda jogada de Everton e cabeçada errada de Coutinho, mas chutou para fora.
Tornou-se, então, um jogo de defesa contra ataque e o Brasil seguiu desperdiçando chances com Firmino e depois com Everton. A defesa paraguaia seguiu se defendendo como pôde e Tite tentou uma última cartada ofensiva: sacou Daniel Alves e colocou Lucas Paquetá, que entrou bem. O jogo ficou dramático e a torcida passou a gritar mais alto. Aos 45 minutos, a seleção balançou a trave de Gatito, em chute colocado de Willian. Nervoso, o Brasil passou a errar passes e correr riscos. Mas ainda assustou em dois chutes de Everton e Coutinho que passaram raspando a trave. Apesar da pressão, o jogo foi mesmo para os pênaltis.
E o Brasil chegou espantou a zebra, não sem novas doses de aflição. Gustavo Gómez desperdiçou a primeira cobrança, bem defendida por Alisson. Na sequência, Willian colocou o Brasil na frente. Almirón marcou para os visitantes, mas Marquinhos bateu bem e fez 2 a 1. Valdez empatou, mas Coutinho, que teve seu nome gritado, marcou o seu. Rojas voltou a igualar em um lindo chute cruzado. Roberto Firmino, então, chutou para fora, aterrorizando a Arena. Foi então que Derlis Gonzalez, que já havia perdido um pênalti contra a Argentina, chutou para fora. Gabriel Jesus, que também havia falhado diante do Peru, se redimiu deslocando Gatito e colocou o Brasil na próxima fase.

(Por Luiz Felipe Castro/Placar)

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